Receita gerada com exportação dos Cafés do Brasil atinge US$ 357,6 milhões em maio de 2021
Volume físico exportado foi de 2,6 milhões de sacas de 60kg, o que representa uma queda de 20,3% em relação a maio de 2020
Principal item da pauta de exportação brasileira, a soja (Glycine max) tem história no País, que está sendo contada no livro Melhoramento da Soja no Brasil, lançado em maio deste ano, pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais (Editora Mecenas. Preço R$180). A obra tem 339 páginas, reunidas em 22 capítulos, e foi escrita por 47 cientistas, entre pesquisadores da Embrapa e de universidades federais. Os editores técnicos são os professores Tuneo Sediyama, Éder Matsuo e Aluízio Borém, todos da UFV.
Nesta terça-feira 22, o livro será apresentado em uma live, às 16 horas, no canal da Embrapa no YouTube, pelo pesquisador Paulo Fernando Vieira e convidados, como parte das comemorações dos 46 anos de criação da Embrapa Meio-Norte. “Vamos falar da introdução da soja no Piauí, das pesquisas buscando o melhoramento genético da cultura e das conquistas que ela proporcionou aos cientistas e produtores da região”, prometeu Vieira.
O livro começa com uma viagem no tempo, mostrando o histórico, evolução e importância econômica da cultura no Brasil, que hoje é semeada em todas as regiões do país. Originária da Ásia, mais precisamente do nordeste da China, a soja chegou por aqui, pela Bahia, em 1882, sete anos antes do fim do reinado de Dom Pedro II. Logo depois, já com mais fôlego, ela passou a ser cultivada também no Rio Grande do Sul, onde se adaptou melhor devido às condições climáticas. A história conta que ela só ganhou força comercial em 1940, lá mesmo no território gaúcho.
O capítulo 22 – Melhoramento da Soja no Piauí - , escrito pelos pesquisadores Gilson Campelo, pioneiro da pesquisa com soja no Estado, Paulo Fernando Vieira, ambos da Embrapa, os professores Francisco de Alcântara Neto e José Algaci Lopes da Silva, da Universidade Federal do Piauí, e pelo analista Marcos Teixeira Neto, este também da Embrapa, é rico em detalhes e desvenda o passo a passo do caminho percorrido pela ciência.
A pesquisa da soja no Piauí começou em 1972, em Teresina, ainda na Estação Experimental “Apolônio Sales”, do Ministério da Agricultura, hoje sede da Embrapa Meio-Norte, no bairro Buenos Aires. Mas o primeiro trabalho formal e institucionalizado só veio em 1978, com o apoio da Embrapa Soja (Londrina/PR), nascendo aí o primeiro projeto de melhoramento genético apoiado financeiramente pelo Banco do Nordeste.
Apoiado tecnicamente pelo pesquisador Irineu Alcides Bays, Gilson Campelo, o pioneiro da pesquisa com soja no Piauí, começou os estudos usando cerca 200 linhagens vindas da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF). Nesse trabalho, uma progênie uniforme, a Lo 75-2280, se destacou dando origem a cultivar Tropical, que passou a ser cultivada por alguns produtores da região. Mas só quatro ano depois, em 1982, foi que a soja começou a ser cultivada comercialmente no Estado.
Na fazenda Graciosa, no município de Uruçuí, 30 hectares foram semeados com a leguminosa. O esforço seguiu cultivando e ganhando espaço em 60 hectares da fazenda Transzero, no vizinho município de Ribeiro Gonçalves, na região Sudoeste do Piauí. A produtividade então era de 1,8 tonelada por hectare e 1,2 tonelada, respectivamente. Eram números que anunciavam o sucesso da soja no Estado.
Em 2020, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, o Estado do Piauí produziu 2,5 milhões de toneladas de soja. Pela ordem, seguem os municípios que mais produziram: no sudoeste, Baixa Grande do Ribeiro – 677.710 toneladas, Uruçuí – 469.479 toneladas e Ribeiro Gonçalves - 257.507 toneladas; e no sul, Bom jesus – 222.436 toneladas.
Hoje, com dezenas de cultivares desenvolvidas pela Embrapa e com indicações de plantio para a região Meio-Norte, o pesquisador Paulo Fernando Vieira trabalha com ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) em municípios do Piauí e Maranhão. “As pesquisas têm o objetivo de registrar novas cultivares de soja e trabalhar unidades de observação”, disse.
O mundo colheu na safra 2020/2021, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 362,947 milhões de toneladas de soja, numa área planta de 127,842 milhões de hectares. O Brasil permaneceu firme como maior produtor com 135,409 milhões de toneladas, em uma área plantada de 38,502 milhões de hectares, conforme o levantamento concluído pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Estados Unidos está em segundo lugar na produção. A Argentina é o terceiro maior produtor.
No Brasil, pela ordem, os maiores produtores de soja são os estados do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Entre janeiro e dezembro de 2020, os produtores brasileiros exportaram um total de 82,9 milhões de toneladas de soja em grão, segundo dados oficiais do Ministério da Economia. A China foi o maior comprador, importando 60.601 milhões de toneladas de soja do Brasil nesse período, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Holanda e Espanha ficam em segundo e terceiro lugares, respectivamente, como importadores.
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