Levantamento sobre uso de agroquímicos no amendoim é concluído

Dados da Conab indicam que área cultivada com a leguminosa quase triplicou no Estado de São Paulo nos últimos 10 anos e cresceu 7% no ciclo 2019/20

27.04.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Levantamento da consultoria Spark Inteligência Estratégica apontou que na safra 2019/20 os defensivos agrícolas movimentaram US$ 55 milhões na cultura do amendoim. Primeiro do gênero realizado no Brasil, recém-concluído, o estudo passa a integrar a pesquisa anual BIP - Business Inteligence Panel, exclusiva da empresa. Conforme a Spark, 90% dos cultivos de amendoim do País estão no Estado de São Paulo, sendo a mesorregião de Ribeirão Preto a maior em área plantada, com 25% do total de 136 mil hectares.

Segundo a consultoria, os fungicidas lideraram a relação dos agroquímicos mais utilizados pelos produtores de amendoim na safra passada, com 42% de participação e vendas de US$ 23 milhões. Os inseticidas, na segunda posição, movimentaram US$ 20 milhões, 36% do total. Em terceiro lugar na lista, os herbicidas registraram 12% da comercialização, chegando a US$ 20 milhões. Já os produtos para tratamento de sementes e adjuvantes, somados, atingiram US$ 6 milhões, 10% do mercado total.

O coordenador de projetos da Spark, Alberto Oliveira, enfatiza que os fungicidas tiveram 100% de adesão pelos produtores no ciclo 2019/20, além do número médio de 10,6 aplicações. Essa relação, explica ele, remete a uma área tratada de aproximadamente 1,5 milhão de hectares. De acordo com o executivo, a alta demanda foi impulsionada, sobretudo, pela mancha-preta (Pseudocercospora personata), doença que segundo a Spark esteve no alvo de mais de 80% dos tratamentos com fungicidas.

Já os inseticidas, conforme a Spark, foram empregados em cerca de 1,6 milhão de hectares, com média de 12,3 aplicações. As lagartas e a tripes-do-amendoim concentraram mais de 90% dos tratamentos, seguidas dos ácaros. Os herbicidas, segundo a empresa, atingiram 365 mil hectares tratados na cultura, incluindo produtos pré-emergentes (65% do total) e pós-emergentes (32%).

Em relação ao tratamento de sementes com inseticidas e fungicidas, o levantamento da Spark mostrou que essa prática foi empregada em 330 mil hectares de amendoim, enquanto os adjuvantes da pulverização ocuparam 924 mil hectares.

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Segundo o sócio diretor da Spark, André Dias, a consultoria incluiu o amendoim no estudo anual BIP em virtude do crescimento da área cultivada com a leguminosa observado nas últimas safras. O executivo destaca que um levantamento recente da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – indicou que em uma década a cultura quase triplicou de tamanho no Estado de São Paulo, de 52 mil hectares plantados no período 2009/10 para perto de 140 mil hectares na safra 2019/20, conforme também registrou a Spark. Com 131 mil hectares cultivados no período 2018/19 e alta de 7% deste indicador no ciclo 2019/20, de acordo com a Conab, o amendoim passou a fazer parte da relação de culturas que mais crescem em área no País. 

“Projeções permitem afirmar que o amendoim manterá crescimento em área, investimentos e atratividade econômica. A adoção cada vez mais comum do manejo de rotação entre amendoim e cana-de-açúcar contribuirá para que a leguminosa avance em importância”, resume Dias. Ele lembra que além de Ribeirão Preto, as maiores áreas cultivadas com amendoim ficam igualmente na fronteira paulista da cana-de-açúcar.

Conforme o estudo da Spark, a mesorregião de Marília figura como a segunda maior em área plantada, com 24 mil hectares ou 18% dos cultivos. Na terceira posição, Presidente Prudente e São José do Rio Preto estão quase empatadas, tendo cada uma aproximadamente 16% das lavouras, com 22 mil hectares e 21 mil hectares, respectivamente. Bauru, Araraquara e Assis abrigam 26% da área de amendoim do País, total de 36 mil hectares.

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