Uso de tecnologia na agricultura é tema de palestra no Espírito Santo
Especialista vai falar sobre a gestão das lavouras baseadas em dados gerados pelas ferramentas de precisão e digitais
Desde julho de 2017, o estado do Mato Grosso do Sul conta com uma nova ferramenta para prevenção e controle da Ferrugem Asiática da Soja. Trata-se da Lei Nº 5.025, que altera a redação e acrescenta dispositivos à Lei nº 3.333, de dezembro de 2006. A nova legislação é resultado da reivindicação de entidades como Aprosoja e Famasul, além de assistências técnicas, e tem como objetivo controlar doenças fúngicas, principalmente a Ferrugem Asiática.
A lei proíbe a semeadura e o cultivo de soja em sucessão à cultura de soja na mesma área e no mesmo ano agrícola, e também veta a presença de plantas vivas durante o vazio sanitário vegetal.Estão previstas multas para quem descumprir as normas.
De acordo com o agricultor, engenheiro agrônomo e consultor da Projeporã (Itaporã/MS), Otávio Vieira de Melo, havia um uso indiscriminado da safrinha de soja no estado, que muitas vezes avançava pelo período do vazio sanitário. Isso piorava a incidência de doenças de final de ciclo e a proliferação de pragas. Para Melo, a legislação tem o papel de conscientizar os agricultores da importância da quebra deste ciclo para o controle sanitário das lavouras.
O milho safrinha é a principal alternativa dos agricultores do MS para evitar o plantio de soja sobre soja. Entretanto, Otávio Vieira de Melo acredita na viabilidade de outras culturas para o período de inverno no estado. Segundo o engenheiro agrônomo, a aveia atualmente ocupa uma área pequena no MS, mas sua participação pode crescer nas próximas safras, impulsionada pela nova legislação.
O engenheiro agrônomo Rui Colvara Rosinha, diretor da Agroalpha, primeira empresa privada brasileira a investir em melhoramento genético de aveia preta e que, agora, também investe em aveia amarela e aveia branca forrageiras, destaca os benefícios da cultura sobre os cultivos de verão subsequentes.
“Cabe ressaltar a redução de plantas invasoras nas lavouras de verão em função da palhada da aveia cobrir o solo, além do efeito alelopático sobre diversas invasoras”, explica Rosinha. Por não ser uma planta “hospedeira” de nematoides, a aveia também auxilia na redução da sua população, favorecendo a cultura de soja, que costuma ser gravemente atingida por esta praga de difícil controle.
Além disso, a proteção dos solos com palha de aveia preta faz com que haja um melhor aproveitamento da água das chuvas ou de irrigação, facilitando sua penetração no solo e diminuindo o risco de erosão. Acrescenta-se ainda, que a grande palhada que a aveia proporciona e sua lenta decomposição reduzem acentuadamente a evaporação de água do solo. Também cabe ressaltar a reciclagem de nutrientes no solo, assim como a reestruturação física dos mesmos em função do abundante sistema radicular da aveia.
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