TMG apresenta novas cultivares de soja em eventos no Sul e Cerrado
Empresa terá stands em três grandes eventos no Paraná e em Mato Grosso do Sul
Um cenário bastante promissor está se desenhando para a produção de leguminosas – grão-de-bico, lentilha, ervilha, feijão-vagem e outros feijões - no Brasil, país que, à exceção do feijão-vagem, ainda é dependente de importação desses grãos. Um dos exemplos dessa conjuntura favorável é representada pelo contrato celebrado em setembro de 2016 entre a Embrapa, a UPL do Brasil, Indústria e Comércio e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), ora em fase de execução.
Coordenada pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), a prestação de serviços registrados no contrato com a UPL (United Phosphorus Limited), empresa indiana que atua em mais de 80 países nas áreas de agroquímicos e de sementes, prevê avaliações de adaptabilidade de algumas leguminosas (lentilha, grão-de=bico, feijão-guandu e feijão-mungo) em diferentes localidades brasileiras. Dessa forma, seguindo esse princípio e com o plantio de sementes trazidas da Índia, experimentos serão conduzidos nos estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.
"Como temos um grande potencial para produzir esses materiais em grande escala, a ideia é testar as cultivares da UPL em diversas regiões e em diferentes épocas de plantio, com vistas a, num primeiro momento, selecionar cultivares mais adaptadas às nossas condições para iniciar a produção interna e, em sequência, exportar para aquele país, que se defronta com uma demanda crescente por esses grãos", explica o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência do Tecnologia Warley Nascimento.
Coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Leguminosas e que atua na coordenação dos trabalhos alinhavados no contrato, o pesquisador acrescenta que o desempenho das cultivares indianas será comparado com o dos materiais brasileiros, que vão servir de testemunhas do comportamento dos importados. A prática, segundo ele, é bastante comum e serve para balizar o campo de ações referentes aos novos materiais.
"Se trouxer um material de lentilha que produz apenas 500 quilos por hectare e comparar com o da variedade da Embrapa BRS Silvina, que produziu o dobro e tem potencial para 1500 quilos por hectare, esse resultado pode apontar a nossa leguminosa como melhor opção", exemplifica o pesquisador, para quem as primeiras colheitas já vão permitir uma avaliação um tanto ou quanto precisa nesse sentido.
Segundo ele, a primeira safra já vai apontar o potencial dos materiais indianos, os níveis de adaptabilidade às nossas condições. Se o resultado não corresponder às expectativas, serão trazidos novos materiais que serão igualmente submetidos a testes. "Vamos avaliar os resultados em todos os 24 ensaios instalados nas oito localidades e em três épocas de plantio".
Independentemente dos resultados, sejam ou não confirmadas as qualidades dos materiais trazidos da Índia, dois novos contratos já se avizinham: o primeiro refere-se ao desenvolvimento de novas cultivares por meio de um trabalho conjunto entre a Embrapa Hortaliças e a UPL, com foco no melhoramento genético por meio da utilização de germoplasma das duas instituições; e outro relativo ao uso de agroquímicos produzidos pela empresa indiana para controle de pragas e doenças e que seriam testados nos materiais trazidos da Índia.
PARCERIAS
Com ensaios envolvendo leguminosas instalados em várias localidades brasileiras, parcerias são muito benvindas e, nesse aspecto, a Embrapa Hortaliças conta com uma boa rede. Outras Unidades da Embrapa, Universidades, instituições do porte da empresa estadual de pesquisa em Minas Gerais (Epamig) e produtores que já produzem algum tipo de leguminosa, a exemplo de Osmar Artiaga, o primeiro a investir no plantio comercial de grão-de-bico no Brasil, e outros que desejam seguir igual caminho. "Além de Artiaga, nosso aliado de primeira hora, vamos dividir os trabalhos com pesquisadores e técnicos da Embrapa e da UPL e de instituições parceiras", anota Nascimento.
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