Jovens brasileiros formados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural se surpreendem com qualidade da produção agropecuária chinesa

05.05.2015 | 20:59 (UTC -3)

Os cinco representantes do Programa CNA Jovem formados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) que estão participando da visita técnica à China iniciaram a programação prevista nesta segunda-feira (4/5). Durante o dia, eles participaram da “Trade Mission Brasil-China”, evento promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e fizeram uma visita à Canton Fair, a maior feira multifuncional do mundo, em Guangzhou.

Na primeira atividade, o grupo formado por Carolina Heller Pereira, Cézar Augusto Tumelero Busato, Dyovanna Depolo de Souza Pinto, Murilo Eduardo Ricardo e Rachel Leão Vieira foi recebido pelo representante da Apex-Brasil na China, Cesar Yu, que explicou como funciona a “Trade Mission Brasil-China”, ação que busca promover empresas brasileiras e estreitar relacionamentos comerciais. As jovens lideranças puderam presenciar a negociação entre 15 empresários do Brasil e 40 empresas chinesas e também receberam informações sobre os principais produtos agropecuários exportados para a China.

Para Rachel, a experiência foi muito rica, pois foram abordados assuntos essenciais para o setor agro. Segundo ela, o representante da Apex-Brasil explicou que, hoje, o principal produto que a China compra do Brasil é soja, mas haverá uma demanda muito grande por outros produtos agrícolas, com destaque para o milho, em 2015. “A característica do mercado chinês é que eles querem comprar a matéria prima, processá-la e depois comercializar internacionalmente com valor agregado. Uma das funções do evento promovido pela Apex é de promover mais empresas de produto acabado (como vinho, mel, etc) para que o Brasil também possa agregar valor nestas negociações e não vender apenas commodities”, revela.

O que mais chamou a atenção de Cézar foi que para os chineses os negócios devem ser duradouros e o todo importa mais que o individual. Ele também ressalta que ao logo da visita pôde ser constatado que o mercado chinês quer qualidade, quantidade e baixo custo e que o alimento é muito importante e “praticamente sagrado” para aquela cultura, o que os torna um mercado exigente. “Não vimos somente flores e oportunidades. Existem entraves, a dinâmica de negócios é lenta, talvez até mesmo amarrada, passando pelos mais diversos níveis hierárquicos, sendo construída e estruturada, diferente da ótica ocidental que o tempo é dinheiro, e se este não for respeitado os prejuízos são enormes”.

Na sequência, a comitiva brasileira – que é coordenada pela chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Andréa Barbosa Alves - iniciou a visita a Canton Fair, uma das mais importantes feiras multisetoriais do mundo que conta com milhares de estandes. O foco do grupo foi o setor de alimentos.

Para Murilo, a Canton Fair clareou as suas ideias com relação ao tipo de produto que a China produz. “O grau de qualidade me surpreendeu. Nós, brasileiros, estamos 20 anos atrás com relação a qualidade e variedade de produtos. A China quer qualidade, produz qualidade e sabe fazer do comércio realmente uma aula a nós brasileiros”, alerta.

Na opinião de Cézar, a Canton Fair é um mar de oportunidades, uma feira com mais de 60 anos e milhares de expositores ofertando os mais diversos produtos industrializados. Conforme ele, dentro da feira se pode cotar os preços, checar o padrão de qualidades e iniciar o “namoro comercial chinês”. “Se quisermos vender para os chineses devemos nos preocupar com a qualidade. O número de pessoas que ascendem na sociedade chinesa não tem precedentes. A próxima geração de chineses, os jovens, está crescendo em um admirável mundo novo, suas expectativas são grandes, a dedicação e suas capacidades são incríveis e espero participar dessa história”.

Uma simples ida a um supermercado também despertou a curiosidade dos jovens brasileiros e comprovou a variedade e a qualidade dos alimentos – especialmente carnes e marcas de leite – oferecidos aos consumidores chineses. Na China, que é a maior produtora e consumidora de carne suína do mundo, todo o animal é aproveitado e transformado nas mais variadas opções de cortes para o consumo, transformando o país num mercado potencial para os suinocultores do Brasil.

Hoje, o grupo permanece na feira e depois embarca para Xangai, onde vai conhecer a Changzhou National High-Tech District (Changzhou – Jiangsu) e o Porto de águas profundas de Yang Shan (Xangai). No local haverá uma apresentação sobre a Zona de Livre Comércio (ZLC). A agenda segue com uma visita à área comercial da Zona Piloto de Livre Comércio de Xangai (ZPLCX). Ainda na cidade, a comitiva visitará a Feira Sial China 2015 – The Asian Food Marketplace. Em Pequim, a delegação terá uma reunião com a adida agrícola da Embaixada do Brasil na China, Andrea Bertolini, e fará uma visita às instalações da Sinomach (líder em fabricação de maquinários e equipamentos pesados) e ainda da ZTE (líder em soluções tecnológicas para agricultura).

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