IZ realiza Workshop sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da Pecuária

03.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

Nesta quarta-feira (04/11), o Instituto de Zootecnia (IZ/APTA-SAA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, realiza o 2º Workshop sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da Pecuária, em Nova Odessa/SP.

O tema do evento é Manejo de pastagens e suplementação a pasto, visando a redução da emissão de gases de efeito estufa. O Workshop é gratuito, com limite de 150 vagas. O evento terá início às 8 horas, no auditório do IZ (Rua Heitor Penteado,56, Centro).

O Workshop, coordenado pelo pesquisador do IZ, João José Assumpção de Abreu Demarchi, visa divulgar o conhecimento sobre a inter-relação entre mudanças climáticas globais e a atividade pecuária para a comunidade científica – pesquisadores, técnicos de apoio, e interessados no assunto.

Outro ponto de destaque está em coletar informações sobre as perspectivas futuras das atividades ligadas a pastagens e nutrição animal, visando um aprimoramento do Plano Diretor do Centro de Pesquisa em Nutrição Animal e Pastagens do IZ, para nortear as pesquisas nos próximos 10 anos.

De acordo com Demarchi, também será feito a gestão do Projeto de Mudanças Climáticas do IZ (Protocolo 1632) - Avaliação do balanço de gases de efeito estufa (CO2, CH4 E N2O) e da Sustentabilidade ambiental em sistemas de produção de carne bovina, da recria a engorda, integrando a equipe multidisciplinar através de um fórum de discussão e apresentação de resultados.

Gases do efeito estufa - As emissões de GEE são originadas de forma significativa nas áreas rurais do Brasil, sendo estimadas emissões de cerca de 9,2 milhões de t de CH4 pela pecuária. A abertura de novas fronteiras pela pecuária (derrubada de florestas, queimadas, preparo de solo e oxidação da matéria orgânica) tem inúmeras conseqüências negativas ao meio ambiente.

A importância da cadeia é evidente pelo tamanho do rebanho (190 milhões de cabeças) e da área de pastagens (210 milhões de hectares). A intensificação dos sistemas de produção reduz a emissão de metano por unidade de carne, exatamente por serem mais eficientes no aproveitamento de insumos administrados. Isso também libera parte das áreas para a agricultura, silvicultura e ou reconstituição de matas nativas, sem que haja perda da produção total de carne.

Atualmente o Estado de São Paulo tem apenas 7% da Mata Atlântica original, podendo em parte ser recuperada como resultado da intensificação da pecuária de corte ou leite. Além disso, a intensificação da agricultura é essencial em vista do alto custo das terras e da maior competitividade entre as diversas cadeias. Infelizmente, a maior parte da carne produzida em áreas de desmatamento (Amazônia) está sendo consumida na região Sudeste, sendo que o rebanho dessa região aumentou 180% nos últimos 15 anos, com a instalação de inúmeros frigoríficos.

Isso se deve ao fato de apesar de altamente competitiva, para enfrentar esse mercado globalizado, a pecuária nacional ainda precisa incorporar grande parte da tecnologia disponível, já que ainda é essencialmente extrativista (0,8 UA/há; 50 kg carne/ha/ano; com potencial de 4 UA e 300 kg carne).

Uma possível recuperação das pastagens tem grande potencial de seqüestrar carbono, tanto quanto a recuperação das florestas advindas da liberação de áreas com a maior produtividade. Pastagens com Brachiaria decumbens ocupam 80 milhões de ha no Brasil (40% total), com potencial de seqüestro de 6,1 a 12,8 t C.ha-1.ano-1, dependendo dos insumos aplicados.

A quantidade de matéria orgânica pode chegar a 4%, ante 1,5% em lavouras convencionais, 2% em plantio direto e 3,5% de florestas. Em São Paulo, estima-se que as pastagens ocupem 9,2 milhões de hectares, sendo a maior parte formada por plantas do gênero Brachiaria, e que aproximadamente 50% desse total já se encontram em algum estádio de degradação, freqüentemente associado ao desmatamento e ao mau uso da terra.

Melhorias na utilização da forragem produzida têm grande impacto na produtividade animal sem que haja necessidade da aplicação de maior quantidade de insumos ou equipamentos, revelando-se uma alternativa bastante atrativa para a intensificação do processo de produção de maneira equilibrada, sustentável e econômica.

Programação

8h30

Abertura do evento

O Programa de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da Pecuária do Instituto de Zootecnia – Situação atual e perspectivas futuras.

João José Assumpção de Abreu Demarchi (IZ/APTA-SAA).

09h30

Palestra: A utilização de leguminosas em pastagens visando sustentabilidade de sistemas de produção de carne e leite”.

Palestrante: Valdinei Tadeu Paulino (IZ/APTA-SAA).

10h30

Palestra: Suplementação a Pasto visando sustentabilidade de sistemas de produção de carne e leite – Produtos e estratégias de uso - Cenário atual e perspectivas futuras.

Palestrante: Lauriston Bertelli Fernandes (PREMIX)

11h30

Palestra: Suplementação a Pasto – ensaios realizados na Unidade de Recria e Engorda de Bovinos de Corte

Palestrante: Marcelo de Queiroz Manella (ALLTECH)

12h00

Almoço

14h00

Palestra: Manejo de Pastagens e Sustentabilidade de Sistemas de Produção a Pasto – Cenário atual e perspectivas futuras.

Palestrante: Sila Carneiro da Silva (ESALQ / USP) / Flávia Maria Erbetta de Andrade (IZ/APTA-SAA).

15h00

Visita técnica a Unidade Recria e Engorda de Bovinos de Corte

Apresentação de resultados parciais de desempenho animal e produção forrageira.

Apresentadores: Pesquisadores Dr. Alexandre Berndt e Ms. Flávia Maria Erbetta de Andrade (IZ/APTA-SAA).

Apresentação de Sistema de Identificação Eletrônica de Bovinos (BML Sol)

Apresentador: Engenheiro Dionísio Crepaldi

Fonte: IZ - (19) 3466.9434 /

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