Comissão sobre mudanças climáticas avalia impactos do novo Código Florestal
Um conjunto de fatores está deixando o trigo nacional com alta liquidez e, inclusive, gerando uma corrida atrás do cereal. O câmbio do dólar por volta dos R$ 2,00 e flutuando, a alta do preço do produto no exterior devido a safras com problemas climáticos e a boa qualidade do trigo brasileiro estão elevando o valor da tonelada do grão.
“A procura pelo trigo nacional está mais acirrada e bem mais clara que em anos anteriores. Quase toda a safra 2011 já foi comercializada e agora a disputa é pelos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para Trigo Pão tipo 1 e Trigo Melhorador”, destaca o gerente do Moinho Globo, Rui Souza, ressaltando que esta realidade era impensável até abril. Segundo ele, os lotes nos leilões da Conab estão abrindo com R$ 477,00 a tonelada e fechando em até R$ 550 por t. Esses valores são bem menores do que os cerca de R$ 620,00 do trigo importado. “Acredito que neste ano deverá ser menos utilizado o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), pois o preço mínimo será superado”, complementa o gerente do moinho.
De acordo com o corretor da empresa Trigo Branco, Gilmar Oliveira, no Paraná houve uma redução de 24% na área de trigo, o que está gerando mais agressividade pelos moinhos na busca pelo cereal. “Hoje o que se quer é trigo com qualidade, ou seja, com W (Força de Glúten) alto, principalmente por que o trigo argentino, uruguaio e paraguaio estão tendo problema neste quesito”, explica Oliveira. Conforme ele, no Brasil já se colhe trigo com qualidade similar e até superior ao trigo importado.
O corretor frisa que os compradores do cereal estão procurando saber o que e onde estão sendo plantados trigos com qualidade. Com o mercado concorrido, a compra da safra que está ainda no campo já começou, diferentemente de anos anteriores em que as negociações só iniciavam em meados de setembro.
Oliveira acredita que a liquidez deve continuar durante a safra, com a saca de 60 quilos podendo chegar até os R$ 36,00. “Com mais rentabilidade no trigo gera-se mais segurança ao produtor rural e o cereal se fortalece”, pontua o corretor. Com as incertezas em safras passadas com o trigo, alguns produtores substituíram o tradicional plantio de inverno pela safrinha de milho, em regiões em que há essa possibilidade, o que para ele é arriscado.
Para Souza, quem investe na triticultura não tem motivos para se arrepender. “O triticultor brasileiro começa a entender a importância da qualidade, que tem que fazer bem feito para ter lucro e não prejuízo. Quem investe tem liquidez”, conclui o gerente de moinho. Essa afirmação é corroborada pelo Gerente Técnico da Biotrigo Genética, Ottoni Rosa Filho. “Com essa busca pelos compradores por qualidade é preciso ter mais cuidado com a lavoura, principalmente em uso de nitrogênio, se atualizar em tecnologia e conferir as novidades em encontros, como os dias de campo, por exemplo”, ressalta Ottoni Filho.
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