Inmet prevê setembro com calor acima da média e chuva regular

Norte enfrenta risco de estresse hídrico, enquanto Sudeste e Sul têm condições favoráveis para colheitas

25.08.2025 | 15:39 (UTC -3)
Inmet, edição Revista Cultivar

O mês de setembro deve ser marcado por chuvas próximas à média histórica em grande parte do Brasil, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgada nesta segunda-feira (25/8). As temperaturas, porém, devem ficar acima do esperado em várias regiões, com destaque para o sudoeste do Pará e a divisa entre Goiás e Minas Gerais, onde os termômetros podem registrar até 1,5 ºC acima da normalidade, variando entre 27 °C e 30 °C.

Chuvas

Na Região Norte, volumes de até 50 mm abaixo da média histórica são esperados em áreas de Roraima, centro-sul do Pará, Acre, Rondônia e pontos isolados do Amazonas. Por outro lado, o norte do Amazonas pode registrar acumulados acima de 160 mm, enquanto o extremo nordeste do Pará deve ter chuvas superiores a 100 mm.

No Nordeste, a previsão indica volumes próximos à média, exceto na faixa costeira do nordeste da Bahia, que deve registrar déficit de até 50 mm.

No Centro-Oeste e no Sudeste, a tendência é de chuvas dentro da normalidade, com exceções: setores do sudeste e sudoeste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sudeste do Mato Grosso do Sul podem ter acumulados até 50 mm acima da média, enquanto o oeste do Mato Grosso do Sul deve registrar volumes abaixo do esperado.

Já a Região Sul deve concentrar os maiores volumes. A previsão aponta chuvas acima da média em praticamente todos os estados, com destaque para áreas do Rio Grande do Sul que podem superar 200 mm em setembro.

Temperaturas

As temperaturas médias devem ficar acima da climatologia no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e em parte do Norte. No Nordeste, os valores variam entre 22 °C e 27,5 °C, mas áreas de Pernambuco e Bahia podem registrar mínimas entre 17 °C e 20 °C.

No Sudeste, os termômetros devem ficar acima de 15 °C, com valores mais altos no centro e oeste de Minas Gerais. Na Região Sul, os registros ficam próximos da média, exceto no Paraná, onde as anomalias positivas podem chegar a 0,6 °C.

No Centro-Oeste, a média deve superar 22,5 °C em praticamente todos os estados, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas devem permanecer acima de 20 °C.

Impactos na agricultura

De acordo com o Inmet, o cenário climático terá efeitos distintos sobre as principais cadeias agrícolas do país.

  • Norte: o calor e chuvas próximas à normalidade favorecem culturas permanentes como cacau e açaí, mas a reposição hídrica tende a ser limitada no sudoeste do Pará, Roraima e Acre, aumentando o risco de estresse hídrico em lavouras e pastagens.
  • Nordeste: chuvas regulares devem beneficiar o feijão e o milho, mas áreas do norte da Bahia e do Rio Grande do Norte podem enfrentar déficit hídrico, prejudicando lavouras de sequeiro e pastagens.
  • Centro-Oeste: precipitações dentro da média e temperaturas mais elevadas favorecem a colheita de milho segunda safra e algodão. Entretanto, para áreas de implantação de soja e feijão terceira safra, o calor associado à baixa umidade pode comprometer germinação e enchimento de grãos, exigindo maior manejo hídrico.
  • Sudeste: a regularidade das chuvas tende a beneficiar a colheita de café e cana-de-açúcar. Contudo, o calor pode acelerar processos fisiológicos e intensificar a evapotranspiração, exigindo atenção ao manejo da água no solo, sobretudo nas lavouras de soja precoce e milho.
  • Sul: o excesso de chuva pode dificultar a semeadura. Por outro lado, as lavouras já em desenvolvimento tendem a ser favorecidas, assim como a cana-de-açúcar no Paraná.

O Inmet destaca que os produtores devem reforçar estratégias de manejo hídrico e práticas conservacionistas para reduzir riscos diante da combinação de temperaturas elevadas e distribuição irregular das chuvas em algumas regiões.

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