China aprova novas cultivares geneticamente modificadas
Dentre elas estão a DBN8002 e a DP202216; as permissões são válidas por cinco anos, a partir de 2 de janeiro de 2024
As constantes mudanças climáticas que têm marcado a safra de grãos 2023/24 no Brasil e particularmente no Paraná apontam para uma quebra ainda mais relevante do que a verificada até agora. Em vista disso, em evento online promovido pelo Sistema Ocepar nesta semana, o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, salientou a necessidade de transparência nos números para que o mercado ajuste os preços e garanta renda aos produtores.
“O ano de 2023 foi de recuperação, de belo reposicionamento da produção paranaense e brasileira, com mais de 33% de acréscimo ao parcialmente frustrado ano de 2022”, destacou o secretário. “Mas 2024 começou desafiador para todo mundo”. A atual safra sentiu problemas com as chuvas fortes de outubro e novembro.
No entanto, as maiores dificuldades passaram a ser sentidas a partir de meados de dezembro, com estiagem e altas temperaturas. “Estamos em alto risco e ainda não está refletindo no mercado”, disse Ortigara. “Precisamos dar uma posição absolutamente clara e transparente aos mercados do mundo do tamanho do estrago na produção”.
A principal cultura do atual período é a soja. Nacionalmente, a última previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em 10 de janeiro, é de 155,3 milhões de toneladas, redução de 4,2% em relação às 162 milhões de toneladas das primeiras projeções. “Mas possivelmente a safra tende a ser abaixo de 150 milhões de toneladas”, destacou o secretário. “O quadro é absolutamente estressado climaticamente falando”.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral) deve divulgar a nova estimativa na próxima quinta-feira (25). No último levantamento, de 18 de dezembro, que não refletiu as perdas pela falta de chuva e temperaturas elevadas, a soja aparecia com 21,7 milhões de toneladas, uma redução de 0,9% em relação à projeção inicial de 21,9 milhões.
“Poderá se situar abaixo de 20 milhões”, especulou o chefe do Deral, Marcelo Garrido. Pelo último relatório da situação da cultura no Estado, divulgado em 15 de janeiro, o Deral observou que 97% dos 5,8 milhões de hectares plantados ainda estavam no campo. Desse total, apenas 64% estavam classificados como em boas condições. “Já há perdas consolidadas”, acentuou Garrido em sua exposição.
Segundo ele, as quebras são relevantes. “O mercado está apreensivo e em polvorosa, mas precisamos ter cautela, porque isso influencia no preço”, ponderou. “Nossas equipes estão a campo para os levantamentos e para divulgar as projeções de forma correta”.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou a importância do encontro, que reuniu aproximadamente 170 pessoas online, para uma interação entre as entidades. “Isso é muito importante para que a gente tenha a melhor informação possível, que traga uma segurança para o mercado e que os preços se ajustem”, afirmou.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, disse que grandes desafios têm se colocado para a agropecuária brasileira. “Queremos um trabalho de diálogo e conversa com o setor para trazê-los de volta dentro do ministério da agricultura”, propôs. “Não abro mão de defender os interesses da agricultura”.
Ele destacou que o ministério tem interesse em avançar na construção de armazéns, no fortalecimento de recursos de custeio e crédito, além de aquecer a aquisição de máquinas, com taxas de juros mais atrativas. “Temos que consolidar a garantia de preço mínimo e não vamos abrir mão de reorganizar o seguro agrícola e remodelar o Proagro”, prometeu.
A questão da produção mundial de soja para a safra 2023/24 também é assunto analisado no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 12 a 18 de janeiro. O documento do Deral aponta que, mesmo registrada perda significativa, isso não refletirá de forma crítica na disponibilidade da oleaginosa, além de os preços continuarem nos mesmos níveis.
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