ILPF foi tema de capacitação no Sul do Tocantins

​Quase 90 técnicos participaram na última semana de mais um módulo de capacitação em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no Tocantins

13.03.2017 | 20:59 (UTC -3)
Clenio Araujo

Quase 90 técnicos, tanto da extensão rural pública, como da privada, participaram na última semana de mais um módulo de capacitação em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no Tocantins. Desta vez, as discussões aconteceram em Gurupi, que fica no Sul do estado, e envolveram teoria e prática. Foi mais uma ação do projeto de transferência de tecnologia em ILPF na região do Matopiba, coordenado pela Embrapa e que conta com a parceria de várias instituições no estado.

Deivison Santos é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) na área de sistemas agrícolas e coordenador técnico da capacitação, que ainda deve ter outros quatro módulos. Para ele, “a interação foi o melhor de tudo; foi uma intensa troca de informações. Eu acho que foi muito proveitoso, tanto pra nós como pesquisadores, como pros próprios participantes, que puderam ter contato com o que há de mais novo na pesquisa em ILPF. Então, eu acho que foi uma oportunidade única; a gente espera repetir isso nos próximos eventos”.

O perfil dos participantes é de pessoas que, além de estarem diretamente no dia-a-dia no campo, ajudando produtores rurais tocantinenses a melhorarem suas propriedades, se mostram interessados em adquirir mais conhecimento. De acordo com Deivison, esse perfil (de pessoas interessadas e que interagem) é um dos pontos fortes do projeto. “Isso daí eu acredito que seja o nosso alicerce. O alicerce de toda a metodologia é trabalhar com esse tipo de público. O nosso público-alvo já são os multiplicadores, que são essas pessoas que já estão na lida. Eles que nos trazem os problemas e estão mais aptos a ajudar os produtores a resolver os seus problemas”, explica.

A capacitação envolveu apresentações teóricas e visita a experimentos. Gessi Ceccon, da área de Pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), falou sobre vários aspectos relacionados à integração. Ele lista quatro pontos importantes que tratou na capacitação: “taxa de semeadura, para ajustar a população de plantas (e essa população de plantas vai ser maior se for para a formação de pasto ou vai ser menor para formação de palha para cobertura de solo exclusivamente); depois, a utilização de herbicidas para controle de plantas daninhas e também uma possível supressão da braquiária para não competir com o milho; um terceiro ponto é a dessecação desta braquiária para retorno com a soja; e uma quarta informação, que é a importância dos animais na lavoura para ganhar mais peso, retirar a massa excessiva da braquiária e facilitar a dessecação”.

Pesquisas no campo – Já o pesquisador Leandro Bortolon, que também é ligado ao núcleo de sistemas agrícolas da Embrapa Pesca e Aquicultura, mostrou, no campo, pesquisas das quais é um dos coordenadores. Os trabalhos são conduzidos em parceria com o campus de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Para Leandro, esse tipo de capacitação, de que participam técnicos com atuação direta no campo, é importante. “A importância do treinamento para os técnicos é possibilitar a visualização 'in loco' das tecnologias pesquisadas e podem ter maior segurança em implementar a técnica. A implementação irá variar de acordo com a particularidade com que cada caso necessita, bem como planejar a implementação considerando os aspectos relevantes que garantam o sucesso da adoção da técnica”, explica.

Ainda segundo o pesquisador, “outro ponto importante é que os técnicos podem ver que as pesquisas de campo são conduzidas utilizando condições de fazenda, ou seja, com máquinas e implementos comumente encontrados em lavouras comerciais e tratos culturais de acordo com as melhores práticas de manejo, como por exemplo o manejo integrado de pragas”. Ou seja, o que é mostrado faz parte (ou pode vir a fazer, sem grandes dificuldades) da realidade profissional dos técnicos e, assim, a adoção de tecnologias tem mais possibilidade de acontecer.

A capacitação é uma ação em duas frentes: a Rede de Fomento em ILPF, formada pelas empresas Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Dow AgroSciences, John Deere, Parker e Syngenta; e o convênio existente entre a Superintendência Federal Agropecuária (SFA) no Tocantins, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins).


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