José Olavo Borges Mendes encerra gestão à frente da FUNDAGRI
Em anúncio feito nesta segunda-feira (23), em Londres, pelo Diretor de Sustentabilidade da Bonsucro. Nicolas Viart, .a IGCert é a primeira certificadora do Paraná aprovada para emitir o selo verde Bonsucro. Em todo o mundo, são apenas sete certificadoras acreditadas. Usinas brasileiras terão de obter o selo verde para exportar etanol, principalmente para o mercado europeu, onde são aceitos apenas biocombustíveis certificados.
A sustentabilidade na produção de cana de açúcar preocupa não só os ecologistas. Ela é uma questão que afeta diretamente o mercado e as negociações internacionais: além das preocupações técnicas e das barreiras econômicas, esse tem sido um requisito fundamental no comércio mundial. Os importadores internacionais querem, cada vez mais, ter a certeza de estar adquirindo açúcar, etanol e outros derivados produzidos de forma ecologicamente correta. A exigência do selo verde já é uma realidade nos contratos.
O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador de etanol do mundo. Pelas estimativas da F.O. Licht, consultoria alemã especializada em açúcar e etanol, a região centro-sul, responsável por mais da metade da produção nacional de cana e por 60% da de etanol, deve moer perto de 500 milhões de toneladas de cana nesta safra 2012/2013. A produção de açúcar foi estimada em 32,3 milhões de toneladas e a transformação da cana em etanol deve crescer em torno de 4,58%, chegando aos 24 bilhões de litros. Destes, 2,15 bilhões de litros serão destinados à exportação.
Para a Coordenadora do IGCert, Flaviana Bim, "a certificação Bonsucro é um grande passo para o setor de cana-de-açúcar e biocombustíveis, porque comprova que os fornecedores brasileiros são social e ambientalmente responsáveis, que atendem aos mais rigorosos requisitos internacionais, agregando maior qualidade, valor e credibilidade para os nossos produtos. O IGCert já se tornou referência em certificações de sustentabilidade, no Brasil e no Exterior e esta acreditação junto à Bonsucro vai nos abrir novas possibilidades junto a produtores e indústrias".
Para os especialistas, o processo de produção do açúcar, etanol e outros derivados, que tem sido apontado como o grande vilão do meio ambiente e de usar trabalho escravo, inclusive no Brasil, pode e deve ocorrer de forma equilibrada.
Prova disso é a adesão cada vez maior a certificações verdes como a da Bonsucro, organização internacional, sem fins lucrativos, criada em 2008 e que reúne produtores e indústrias, com sede em Londres. Em julho do ano passado a Bonsucro foi reconhecida pela União Europeia, que pretende adotar esta certificação em todo os 27 Estados-membros até 2020. Fazem parte dos princípios e critérios da Bonsucro, aplicados nas regiões de cultivo da cana em todo o mundo, questões que vão desde os direitos humanos - como o bem-estar dos trabalhadores -, até os impactos na biodiversidade e no ecossistema - como o consumo de energia e de água; emissão de gases de efeito estufa; a utilização adequada do solo e a integração do plantio da cana com outros vegetais, além do uso de pastos degradados para a expansão de lavouras.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura