Refúgio retarda o aparecimento de insetos resistentes à tecnologia Bt
Entre as medidas, recomenda-se o cultivo de áreas de refúgio, que é a manutenção de uma percentagem de, no mínino, 20% área (no mesmo talhão) com a mesma cultura não-Bt
O Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) preparou uma unidade temática para discutir em detalhes tecnologias de conservação do solo com os produtores que visitarem o Show Rural, evento que será realizado na próxima semana em Cascavel, no Oeste do Paraná.
Em trabalho recentemente publicado, o pesquisador Tiago Santos Telles, do Iapar, estimou em US$ 1,3 bilhão ao ano o custo da perda de cálcio, potássio, e magnésio por erosão do solo em lavouras anuais no Brasil.
Na propriedade, estudos do Iapar em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (SP) apuraram que o prejuízo do produtor com a erosão passa de R$ 280 por hectare em apenas um ano. O cálculo considera o custo dos fertilizantes que são levados pela enxurrada em uma área com 24% de cobertura de palhada ou outro tipo de proteção. Em terrenos totalmente descobertos, a conta pode passar de R$ 400 por hectare ao ano, aponta a pesquisadora Graziela Barbosa, do Iapar.
A saída para diminuir o prejuízo é a adoção das práticas conservacionistas já conhecidas pelo produtor. “Plantio direto com uso de terraços e rotação de cultivos, com adubos verdes e plantas que permitem alta taxa de cobertura do solo são técnicas com eficiência comprovada no controle da erosão e no aporte de matéria orgânica ao solo”, frisa a pesquisadora.
Cobertura
A utilização de plantas para cobertura e adubação verde - como crotalária, mucuna, linhaça, guandu e outras espécies recomendadas pela pesquisa - em sistemas de rotação com as lavouras comerciais beneficia as características químicas, físicas e biológicas do solo.
Segundo Graziela Barbosa, o uso planejado dessas plantas reduz a infestação de invasoras e melhora a disponibilidade de nutrientes. Elas também contribuem para o aumento da biodiversidade, o que favorece a presença de inimigos naturais que ajudam a diminuir a infestação de pragas, doenças e nematoides nas lavouras comerciais.
Matéria Orgânica
A utilização de resíduos da criação de suínos é uma boa alternativa para os produtores que dispõem desses dejetos na propriedade. "Aliada ao plantio direto, a adição desse tipo de matéria orgânica amplia a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, consequentemente, diminui o escorrimento na superfície", explica Graziela Barbosa.
Esse resíduo é, ainda, um material rico em nitrogênio, fósforo e potássio, e seu uso pode ajudar a diminuir os custos com fertilizantes químicos. A pesquisadora explica que é possível calcular a quantidade desses nutrientes nos resíduos a partir de um densímetro, instrumento (aquele que se vê nas bombas dos postos de combustível), equipamento facilmente encontrado no comércio. O procedimento para fazer esses cálculos está explicado em detalhes na publicação “Dejeto líquido de suíno como fertilizante”, que pode ser baixada gratuitamente na página www.iapar.br.
Simulador de Chuvas
O Iapar também programou demonstrações diárias do simulador de chuvas no Show Rural, uma atração que sempre gera grande interesse por parte dos visitantes. Com esse equipamento, o produtor comprova na prática todos os benefícios da aplicação correta das orientações técnicas para a conservação do solo.
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