Sistema Campo Limpo destina mais de 31 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil
O desenvolvimento desordenado dos municípios causou problemas ambientas e sociais que a sociedade busca solucionar. No campo, os reflexos do uso e ocupação do solo realizados de modo inadequado pode ser observado na erosão, no assoreamento de rios, em problemas relacionados à drenagem da água e infiltração, na pouca cobertura do solo e na compactação do solo, entre outras degradações ambientais. Para orientar os produtores rurais e profissionais ligados às ciências agrárias e ambientais sobre a importância de uma gestão de qualidade na ocupação e uso do solo para altas produtividades, o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) realizam a "Oficina sobre qualidade na ocupação e uso do solo para altas produtividades", no Polo Médio Paranapanema/APTA Regional, em Assis, em 28 de novembro, a partir das 13h.
Afonso Peche Filho, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, afirma que ao alinhar uma gestão de qualidade na ocupação e uso do solo com as tecnologias existentes, cria-se uma sinergia que potencializa a produtividade. Essa boa administração das áreas diminui os custos e aumenta a produtividade. Propriedades rurais nos Estados do Mato Grosso e São Paulo, que modificaram a sua gestão, reduziram seus gastos e conseguiram aumentos de 15% a 20% na produção de soja e feijão. “Quando o solo fica equilibrado e passa-se a produzir uma variedade mais responsiva de acordo com as características de determinada área é possível uma redução de fertilizantes e defensivos”, diz o pesquisador e organizador do evento.
Os indicadores de qualidade de uso e ocupação da área podem ser medidos pela falta de sinais de erosão, escorregamento, cobertura do solo de mais 70% da área, infiltração adequada do solo, enraizamento e presença de micro-organismos na terra. Existem quatro tipos de práticas conservacionistas: sistematização, infiltração, drenagem superficial e bioengenharia. A prática de sistematização resulta na eliminação de pontos com problemas e retifica práticas conservacionistas. A infiltração consiste na avaliação do solo em relação à capacidade de enfrentar períodos de chuva. “A prática de infiltração permite ao solo absorver adequadamente toda a água despejada pela chuva e assim alimentar o lençol freático”, explica o pesquisador do IAC. A drenagem superficial busca conduzir as águas da chuva para os rios com menos força, a fim de evitar o processo erosivo pelo escoamento. Para isso são construídos canais de escoadoras com dissipadores. “É como uma calha para que a água desça devagar, sem levar partículas de areia e argila”. A prática de bioengenharia permite ao solo estar sempre coberto, para não ficar exposto à ação das chuvas e ventos. “Não há uma estimativa de investimentos para implementação de uma nova gestão, pois é como reformar uma casa, cada pessoa tem necessidades específicas, além de se levar em conta os aspectos técnicos como área, clima, cultura adequada e solo. O principal é a mudança de postura”, afirmar Peche.
O evento é uma iniciativa do IAC e da APTA - Polo Regional Médio Paranapanema para difundir as boas práticas agrícolas voltadas para o desenvolvimento regional.
A oficina será desenvolvida em duas etapas. A primeira abordará o conceito com discussão dos atuais modelos de gestão na ocupação e uso do solo e as necessidades de adequações para otimizar tecnologias e buscar altas produtividades. A segunda etapa envolverá apresentação de técnicas de avaliação do solo e análise da paisagem agrícola. Os desafios e soluções para ocupação e enfrentamento da degradação das terras serão um dos pontos de discussão como forma de contribuição para proposição de modelos regionais mais eficientes. O evento será encerrado com uma dinâmica de grupos sobre percepção de impactos ambientais cotidianos.
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