Aplicativo ajuda produtores da Bahia a reduzir uso de defensivos
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O Grupo Santa Clara, especializado em fertilizantes especiais e biodefensivos, anunciou a entrada do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como novo sócio da companhia. O aporte é de R$ 114 milhões, o que confere ao banco 19,9% de participação societária no grupo, cuja sede está em Ribeirão Preto (SP).
O investimento vai apoiar o plano estratégico da Santa Clara, que prevê crescimento de 20% na próxima safra (2025/26) e a meta de alcançar R$ 1 bilhão em faturamento até 2030 - quatro vezes mais do que o registrado na safra 2024/25. A operação também marca o retorno do BNDES como investidor direto em empresas de capital fechado após uma década.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio à Santa Clara está alinhado à agenda de transição ecológica e descarbonização do banco. “O uso de fertilizantes especiais e biodefensivos reduz a emissão de gases de efeito estufa e o uso de agrotóxicos, contribuindo para a sustentabilidade e a segurança alimentar”, afirmou.
O grupo é formado por quatro empresas: Santa Clara Agrociência, Inflora Biociência, Hydromol e Linax. Atualmente, conta com duas fábricas de fertilizantes em Jaboticabal (SP) e presença internacional em mais de 30 países. Na última safra, o faturamento foi de R$ 255 milhões, com crescimento médio de 30% ao ano nos últimos sete anos. A expectativa é ampliar o quadro de colaboradores de 300 para 750 profissionais nos próximos cinco anos.
A Inflora Biociência, fundada em 2023, será responsável pela construção de uma nova planta de biodefensivos, com foco em produtos de terceira e quarta gerações, como metabólitos microbianos e extratos vegetais. Esses produtos têm maior shelf life, ação mais rápida e maior compatibilidade com o manejo agrícola, além de dispensarem mudanças na rotina do agricultor.
“A chegada do BNDES possibilita continuarmos a implantação do nosso Plano de Negócio e sua ênfase na pesquisa, desenvolvimento e inovação, que representam o DNA da Santa Clara, uma marca nacional que destina 8% de sua receita anual em PD&I. E assim ampliar nossas soluções que potencializam a agricultura baseada em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade, contribuindo para a transição energética do país”, afirma João Pedro Cury (na foto), CEO do Grupo Santa Clara.
O investimento do BNDES também permitirá a criação de um novo centro de inovação e o desenvolvimento de registros para ampliar o portfólio de soluções biológicas. A Santa Clara já possui microrganismos próprios registrados e atua com bionematicidas, bioinseticidas e biofungicidas.
A estrutura de governança do grupo inclui um Conselho de Administração formado por quatro conselheiros, que será ampliado com a entrada de um representante do BNDES. Segundo a empresa, a chegada do novo sócio não altera o controle nem a gestão da companhia.
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