Na manhã de sexta-feira (06/04), as secretarias estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo assinaram a resolução que regulamenta as diretivas técnicas do Programa Etanol Mais Verde, iniciativa que há dez anos promove a adoção de boas práticas agrícolas e ambientais no setor sucroenergético paulista.
A presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, presente na cerimônia de assinatura, ressalta que as diretivas garantem a continuidade das ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva sucroenergética.
"Desde 2007, quando foi criado o Etanol Verde, as usinas e fornecedores de cana dedicaram investimentos significativos para garantir a eliminação da queima da palha da cana como método agrícola pré-colheita. Alé disso, passaram a atuar ativamente na proteção e restauração de mais de 259 mil hectares de matas ciliares e 8.230 nascentes. O objetivo, agora, é reforçar este comprometimento ambiental, missão incorporada, inclusive, ao nome do programa, que a partir deste ano passa a se chamar Etanol Mais Verde”, afirma a executiva.
"Esta nova fase do programa vai nos permitir mostrar para o mundo que o compromisso [com a indústria sucroenergética] não vai só gerar energia para os nossos carros, é água, cobertura vegatal e biodiversidade", exaltou o secretário de Meio Ambiente do Estado, Mauricio Brusadin.
Além de dar prosseguimento às práticas de adequação ao Novo Código Florestal, conservação do solo e reuso da água, preservação da fauna e combate a incêndios florestais, as diretrizes desta segunda fase estabelecem metas objetivas para o início do processo de restauração de matas ciliares e APPs hídricas que ainda estão em estágio de restauração. As usinas terão que cumprir a determinação até 2022, já os fornecedores têm o prazo final estendido até 2025.
“Outra novidade é obrigatoriedade de inscrever essas áreas em fase de restauração no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica (SARE) como projetos voluntários de recuperação ambiental. São medidas fundamentais para atender à legislação ambiental e conferir ainda mais transparência aos inúmeros projetos de proteção e recuperação mantidos pelas usinas de SP”, enfatiza Elizabeth Farina.
Saiba mais sobre os procedimentos de adesão ao Etanol Mais Verde, bem como as informações necessárias para o acompanhamento e cumprimento das diretrizes por parte dos signatários, clicando aqui (para fornecedores) ou aqui (para usinas).
Programa
O Etanol Mais Verde se desenvolveu a partir de um entendimento entre governo, usinas e fornecedores de cana-de-açúcar sobre a necessidade de se organizar a atividade agrícola e industrial de modo a promover a adequação ambiental e minimizar os impactos sobre o meio ambiente e a sociedade. O instrumento cobre alguns dos principais pontos de redução de impactos da cultura canavieira. (Saiba Mais)
Veja, abaixo, os principais resultados alcançados desde 2007:
• 97,5% da área de cana do Estado de São Paulo não se pratica a queima na colheita;
• Desde o início da vigência do Protocolo (2007), deixou-se de emitir mais de 9,27 milhões de toneladas de CO₂ eq e mais de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos);
• As emissões de gases de efeito estufa evitadas já equivalem ao que teria sido emitido por cerca de 162 mil ônibus circulando durante um ano;
• O setor sucroenergético do Estado de São Paulo acumula um ativo de 3.747 colhedoras (entre próprias e terceirizadas), ao passo que na safra 2007/08 o total era 753;
• Mais de 200 mil hectares de áreas ciliares e 8.230 nascentes foram protegidas e recuperadas;
• 60% das usinas signatárias possuem programas de restauração florestal de seus fornecedores de cana;
• Desde 2010, as usinas reduziram em 40% o consumo de água para o processamento industrial, em função de sistema de reuso, aprimoramento de processos industriais e avanço da colheita mecanizada;
• O consumo de água passou de 1,52 m³ por tonelada de cana na safra 2010/2011 para 0,91 m³ por tonelada de cana na safra 2016/2017.