Embrapa alerta sobre a mosca-das-frutas, praga que ataca a cafeicultura
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lançou o Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo na manhã desta quinta-feira (26), em Barros Cassal/RS, localizado na região do Altos da Serra do Botucaraí, onde a fertilidade do solo é baixa e boa parte da população vive em situação de extrema pobreza. “É preciso organizar o processo produtivo do fumo, passando de forma gradativa para a diversificação, melhorando a renda das famílias”, destacou o governador, ao anunciar o repasse, a fundo perdido, de R$ 65 milhões aos agricultores prejudicados com a estiagem, para que eles se recuperem e diversifiquem suas produções. Tarso ressaltou, aos prefeitos que acompanharam o lançamento do Programa de Correção do Solo, que a Assembleia Legislativa deve votar em breve o repasse de recursos aos atingidos pela estiagem. “Fiquem atentos, pois será sancionado rapidamente”, disse o governador.
O diretor técnico e presidente em exercício da Emater/RS, Gervásio Paulus, acompanhou o lançamento do Programa, ao lado do secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, do presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos, do secretário do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas, Afonso Motta, do prefeito de Barros Cassal, Ivo Francisco Fachi, e de Elvino Barzotto, que representou os 10 mil agricultores beneficiados pelo Programa. “Quando o atual governador era ministro da Justiça, ele esteve na minha propriedade e perguntou o que os agricultores precisam. REspondi que o solo está fraco e defendi um projeto para recuperar a qualidade e a fertilidade do solo”, lembrou Barzotto, ao agradecer o retorno do governador ao município, “trazendo o programa que eu pedi”.
O Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo, desenvolvido em parceria com as prefeituras, objetiva melhorar a qualidade da produção e da produtividade das culturas, através do fornecimento de calcário pelo Governo do Estado. Nesta primeira etapa, é calculada a aplicação de calcário em 40.600 mil hectares de solo por ano, em 104 municípios do RS, beneficiando 10 mil produtores. Para o secretário Mainardi, o programa tem importância econômica para as atividades rurais da região, e estará vinculado ao programa Mais Água Mais Renda. “Corrigir o solo é investir na produtividade”, afirmou o secretário, ao antecipar que “com o solo corrigido e com irrigação, o agricultor passará a ter mais renda”.
O prefeito Fachi calcula que o Programa de Correção do Solo beneficie 100 famílias de Barros Cassal. “Vamos nos esforçar para que o calcário chegue até os produtores que mais necessitam”, disse o prefeito, ao observar que 68% da população são de produtores rurais, ou seja, “mais de dois mil colonos dependem da terra de Barros Cassal”. Para ele, ao fortalecer a agricultura familiar, o governador reforça seu “prestígio de fazer as coisas acontecerem. Queremos que o senhor seja o padrinho da melhoria da qualidade de vida em nosso município”.
Em seu discurso, o governador Tarso Genro afirmou que a preocupação e as atenções para com o desenvolvimento regional estão contidas em seu Programa de Governo. Entre as ações, ele citou as 104 ligações asfálticas projetadas para sua gestão, sendo que 45 estão em execução. “Esse é um importante instrumento para o desenvolvimento regional”, defendeu. O governador citou ainda, como ações paralelas, a publicação, na última quarta-feira (25/5), pelo Diário Oficial do Estado, do decreto do novo Fundo Operação Empresa do Estado do RS (Fundopem/RS). “Reformamos o Fundopem para dar aos agricultores gaúchos as mesmas oportunidades dadas às montadoras”, disse.
Antes do anúncio do Programa, o governador conheceu o projeto de construção de uma usina de biodiesel, a ser instalada no município de Fontoura Xavier, também do Altos da Serra do Botucaraí, em parceria com sete cooperativas e diversas instituições, entre elas a Emater/RS-Ascar. Segundo o prefeito de Fontoura Xavier, José Flávio Godoy da Rosa, atualmente 17% das mais de 400 mil famílias de agricultores do Estado vivem exclusivamente da cultura do tabaco. “Mais da metade desses produtores não são integrados e, por isso, não conseguem pagar os insumos nem as indústrias”, lamenta o prefeito, ao observar a falta de perspectivas e a estagnação financeira dessas famílias.
Para Godoy, a usina de biodiesel a partir da soja seria uma alternativa para a cultura do fumo. “Hoje, mais de 70% da soja produzida pela agricultura familiar é destinada ao biodiesel. Se 5% for para essa indústria, são quase 260 toneladas processadas por dia”, calcula o prefeito, ao defender Fontoura Xavier como município localizado na fronteira da produção de fumo e de soja. De acordo com o projeto, o biodiesel deve ser escoado via gasoduto até o Porto de cargas de Estrela.
Ao final da apresentação do projeto de biodiesel, o governador Tarso Genro anunciou a constituição de uma comissão que será responsável pelo Estudo de Viabilidade Técnica, conduzido pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e envolvidas secretarias, como as de Agricultura (Seapa) e de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), com acompanhamento de técnicos da Assessoria Superior do Gabinete do Governador. Para a próxima semana, uma reunião de trabalho será organizada para iniciar os estudos desse projeto, que, de acordo com o governador, será subsidiado. “Se for comprovada a viabilidade do projeto da usina, serão criadas condições para que o empreendimento seja agregador de valor e alavanque o desenvolvimento da região como um todo”, finalizou Tarso Genro, ao anunciar a missão do Governo de que “o desenvolvimento deve ser para todos, e não para poucos”.
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