Garrotes meio-sangue Canchim em estudo na Esalq/USP

Um sistema moderno de recria, que alia as vantagens do pasto rotacionado à suplementação, está sendo experimentado há quatro anos pelos pesquisadores do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba. A próxima fase do experimento, que começará neste mês de dezembro, terá bezerros filhos de cruzamento industrial entre Canchim e Nelore. O objetivo é avaliar as respostas à suplementação energética durante a estação quente. Isso porque, segundo estudos, mesmo com a maior produção de forragens no verão o ganho de peso diário, ao final de 150 a 200 dias, tem sido inferior a 800 gramas por cabeça.

Este resultado, adianta a equipe Canchim, tem grande potencial de aumento se utilizadas técnicas mais avançadas de manejo de pasto e de nutrição animal. O estudo contará com 77 animais meio-sangue Canchim X Nelore, todos com cerca de um ano de idade, nascidos nos criatórios de Irineu Lopes Machado, em Angatuba, SP; Luiz Carlos Dias Fernandes, em Três Lagoas, MS; e Raphael Antonio Nogueira de Freitas, em Aparecida do Taboado, MS. "O estudo é importante porque há fortes indícios de que a suplementação com concentrado na fase de recria em pastagens se estende para o período de terminação em confinamento", afirma Flávio Augusto Portela Santos, coordenador do estudo. "Além disso, esses animais, quando confinados na fase de terminação, apresentam ganho de peso maior e com maior rendimento de carcaça".

Os animais serão recriados em pastagens de capim marandu, manejadas em sistema rotacionado com adubação para lotações de 10 cabeças por hectare e receberão suplemento energético à base de milho e minerais. Os tratamentos consistem em só mineral (T1); suplemento energético na dose de 0,6% do peso vivo no período entre 1º de dezembro a 31 de maio (T2); suplemento energético nas doses de 0,3% do peso nos meses de dezembro e janeiro, 0,6% do peso entre fevereiro e março, e 0,9% entre abril e maio (T3). Após a fase de pasto os animais serão terminados em confinamento, onde serão alimentados com ração contendo 88% de concentrado.

"O estudo é importante porque também fornecerá, pela primeira vez, dados sobre o ganho de peso de animais filhos de cruzamento industrial entre Canchim e Nelore confinados com dieta de alto-grão", avalia o zootecnista Gabriel Giani Vasconcellos, gerente técnico da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN).

Cida de Oliveira

Associação Brasileira de Criadores de Canchim