Raven do Brasil marca presença no IV Seminário GMEC
O evento ocorreu no dia 26 de novembro em Ribeirão Preto (SP) e contou com a participação de profissionais da área de mecanização de usinas do setor sucroalcooleiro
Populações do fungo causador da mancha marrom de alternaria resistentes às estrobilurinas, um dos grupos químicos mais eficazes e o mais utilizado no Brasil para o controle da doença, foram identificadas em pomares de tangerina no estado de São Paulo. A descoberta, feita por pesquisadores do Fundecitrus, Instituto Biológico (IB) e Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), indica perda de eficiência das estrobilurinas e a necessidade de mudanças no manejo.
A mancha marrom de alternaria causa desfolha, seca de ramos, queda prematura e depreciação dos frutos. A tangerina Ponkan e o tangor Murcott, que ocupam 90% dos 12 mil hectares com tangerinas e híbridos no parque citrícola paulista, são geralmente muito afetados pela doença. De acordo com a professora da Esalq/USP Lilian Amorim, o fungo resistente já foi encontrado em Bariri, Buri, Conchal, Paranapanema, Porto Feliz, Pratânia, São Pedro do Turvo, Socorro e Ubirajara, embora o levantamento ainda esteja em andamento.
O pesquisador do Fundecitrus Geraldo Silva Jr. ressalta que, além das estrobilurinas, os fungicidas à base de cobre e os triazóis apresentam registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle do fungo Alternaria em citros e podem ser usados nas áreas onde há resistência. “Esses produtos devem ser utilizados nas doses e intervalos recomendados e restritos às épocas críticas para a ocorrência da doença”, orienta.
Segundo o pesquisador do IB Eduardo Feichtenberger, o uso de fungicidas à base de cobre deve ser feito preventivamente e em intervalos mais curtos, uma vez que não apresentam ação sistêmica e os tecidos jovens (brotações e frutos) geralmente se desenvolvem muito rápido. “Nas demais regiões, é importante que os citricultores adotem medidas para evitar a resistência do fungo, como reduzir o número de aplicações com estrobilurinas [no máximo três por safra] e fazer a rotação, alternância ou mistura de grupos químicos de fungicidas no controle das diferentes doenças causadas por fungos ao longo da safra”, pontua.
Os citricultores devem optar pelo manejo integrado da mancha marrom de alternaria, que inclui ainda plantio de mudas sadias e de variedades resistentes e poda de limpeza e aeração, bem como evitar adubação pesada de nitrogênio, plantios muito adensados e áreas com clima muito favorável para o fungo.
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