Fundecitrus reestima safra da laranja em 275,75 milhões de caixas

Dados apontam produção de 275,75 milhões de caixas de 40,8 kg, aumento de 0,88% sobre a reestimativa anterior, publicada em setembro

10.12.2018 | 21:59 (UTC -3)
Beatriz Flório

O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) publicou nesta segunda-feira (10/12) a segunda reestimativa da safra de laranja 2018/19 do parque citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Os dados apontam uma produção de 275,75 milhões de caixas de 40,8 kg, um aumento de 0,88% sobre a reestimativa anterior, publicada em setembro. A projeção atual ainda permanece menor do que a primeira estimativa, realizada em maio, e representa uma queda de 4,35 % em relação às 288,29 milhões de caixas. Da safra total, cerca de 17,86 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro.

A principal razão para o pequeno incremento da produção deve-se à mudança no regime de chuvas. Depois da seca que se instalou em todo o parque citrícola de maio a julho/2018, com estiagem de 45 a 70 dias variando entre as regiões – com exceção do Triângulo Mineiro, onde o fenômeno foi ainda mais prolongado –, as chuvas voltaram a ocorrer em agosto, continuaram dentro da normalidade no decorrer de setembro e se intensificaram em outubro e novembro.

A precipitação acumulada desde maio, em média, no parque, atingiu 610 milímetros e ficou 23% maior que a média histórica (1981-2010), de acordo com dados da Somar Meteorologia. As águas em maior quantidade contribuíram para a recuperação do crescimento dos frutos das variedades Pera Rio e tardias, pois a maior parte deles ainda não tinha sido colhida quando as chuvas ocorreram.

Segundo o coordenador do trabalho, Vinícius Trombin, a deficiência hídrica provocada pelo longo período de seca no início da safra, além de inibir o crescimento das laranjas, interferiu negativamente no vigor das plantas e deixou os frutos mais suscetíveis à queda e aos efeitos das doenças e pragas. “Os dados do monitoramento de talhões mostram que a queda de frutos acumulada até novembro já está mais alta do que a expectativa para o período e deverá encerrar a safra acima do valor projetado em maio. Nesta nova projeção, a taxa de queda de frutos média do cinturão citrícola passa de 17% para 17,20%”, diz Trombin.

A colheita das precoces está praticamente encerrada. A colheita da Pera Rio soma 83%. As variedades Valência e Valência Folha Murcha e a Natal têm 66% colhida. Ao todo cerca de 78% da safra 2018/19 já está colhida. Nessa mesma época, na safra passada, a colheita estava em 75%.

O método utilizado para a reestimativa é o mesmo adotado na safra anterior. As informações foram obtidas a partir da pesquisa de monitoramento em 1.200 talhões desde maio que deixam de ser visitados à medida que ocorre a colheita completa do mesmo. O trabalho de Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) é feito pelo Fundecitrus em parceria com a Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.

O relatório completo em português e em inglês aqui. 

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