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O desenvolvimento regional através da produção de etanol amiláceo foi debatido durante o 2º Fórum Estadual da Agronenergia, realizado nesta terça-feira (05/05), durante a 17ª Fenamilho Internacional, evento que ocorre em Santo Ângelo, até o dia 10 de maio. O Fórum é resultado da parceria entre a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR), Emater/RS-Ascar, Prefeitura de Santo Ângelo, Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária, Assembleia Legislativa, Embrapa, Fetag, Famurs, Vinema e 17ª Fenamilho Internacional.
O titular da SDR, Tarcísio Minetto, colocou a sua pasta à disposição para encontrar diferentes alternativas de renda e que agregam valor à agricultura. “Para tanto, contamos com vocês e vocês podem contar com a capilaridade da Emater, que chega aos diferentes pontos do Estado”, destacou.
Em sua explanação, o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, destacou os desafios no atual cenário de assistência técnica e extensão rural gaúcha. “É importante diversificar a propriedade, levar novas alternativas de produção e também de agregação de valor ao produto e, para isso, a Emater está à disposição com um corpo técnico que busca atender as mais diferentes demandas”, frisou.
Já o engenheiro da Vinema Biorefinaria, Vilson Machado, apresentou perspectivas de investimentos industriais no etanol gaúcho e a importância de apostar em diferentes formas de agregação de valor. Machado citou ainda a construção das duas primeiras biorefinarias no Rio Grande do Sul, uma em Cristal e outra no Vale do Rio Pardo.
A produção e a viabilidade de matérias-primas alternativas para o etanol amiláceo, como o sorgo, o triticale, o arroz gigante e a batata-doce, foram destacadas na exposição do coordenador do Proetanol/RS, engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar Valdir Zonin. “Para termos uma ideia, cada biousina exige em torno de 40 mil hectares para produção das matérias-primas. Cada unidade movimenta, por ano, em torno de R$ 500 milhões, circulando em torno de 200 carretas ao dia, entrando com matérias-primas e saindo com etanol, farelo, CO2 e óleo fúsel”, destacou Zonin. Ele também lembra que para atender a atual demanda de etanol no Rio Grande do Sul, serão necessárias 12 unidades, produzindo anualmente 1,3 bilhão de litros, o que resultará também na produção de 1 bilhão de quilos de farelo, 1 bilhão de quilos de CO2, óleo fúsel e 144 MWh de energia elétrica. “Com isso, o nosso Estado vai gerar mais PIB e criar cerca de 16 mil empregos, evitando o desembolso anual de R$ 2,5 bilhões e a perda de R$ 600 milhões/ano no transporte e ICMS decorrentes da importação do etanol de São Paulo”, projetou Zonin.
A exposição do pesquisador da Embrapa Trigo, Alfredo Nascimento Junior, abordou as novas culturas para o etanol desenvolvidas pela pesquisa oficial, de modo especial, cereais de inverno e batata-doce.
Também fizeram suas exposições os cerealistas Ivonei Librellotto, de Boa Vista das Missões, e Ruben Kultz, de Chiapetta. Os cerealistas, que são credenciados junto à Embrapa e ao Ministério da Agricultura e integram a Câmara Estadual da Agroenergia, compartilharam parte de sua experiência durante o evento.
Diante da participação de cerca de 300 agricultores, acompanhados de extensionistas da Emater/RS-Ascar, a vice-prefeita de Santo Ângelo, Nara Damião, declarou que o evento e a presença intensa da Emater/RS-Ascar provam que há uma grande parceira para o desenvolvimento rural, indo ao encontro do lema da Fenamilho, que preconiza a união das entidades para que o evento seja bem-sucedido. "É muito bom contar com todas essas entidades, precisamos de uma agricultura forte”, disse Nara.
Como encaminhamento do Fórum, foi divulgada a possibilidade de plantios experimentais das matérias-primas, a partir deste mês, no caso do triticale. “É uma cultura de inverno e tem potencial para pastejo e também colheita do grão, que deverá ser destinada para ração enquanto as usinas não estiverem operando”, afirmou Zonin. Quanto às demais matérias-primas, as épocas de plantio variam de agosto a fevereiro.
Entre as autoridades presentes, estiveram o secretário Estadual de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, a vice-prefeita de Santo Ângelo, Nara Damião, o coordenador do Proetanol RS, Valdir Zonin, o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, o gerente técnico estadual adjunto, Rogério Mazzardo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Oswaldino Lucca, prefeito de Campo, Novo Antônio Sartori, e o prefeito de São Martinho, Beno Ritter.
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