Fórum aborda desafios e oportunidades para o etanol de milho

​Na sexta-feira, 25 de agosto, o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Purcino, foi um dos palestrantes do Agrooutlook – 5º Fórum de Agricultura da América do Sul

01.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Kátia Pichelli ​

Na sexta-feira, 25 de agosto, o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Purcino, foi um dos palestrantes do Agrooutlook – 5º Fórum de Agricultura da América do Sul. Em pauta, a produção de etanol de milho, tema que tem gerado discussões sobre sua viabilidade econômica e ambiental.

A questão é polêmica e começa pela crença de que a produção de milho para etanol poderá afetar a produção para alimentação. Antônio Álvaro ressaltou que existe espaço para os dois tipos de cultivo: “Não existe competição, pois temos áreas suficientes para continuar e até aumentar a produção de alimentos e ampliar para a produção de etanol”, ponderou. No entanto, o etanol de milho precisa ter maior valor agregado, porque tem um custo mais elevado. Segundo as usinas, este tipo de produção é economicamente viável para valores da saca abaixo de R$ 20,00, e hoje isso só acontece no Mato Grosso. “Para viabilizar estas usinas, a saída é adotar o conceito de ‘multiproduto’, com a produção conjugada de DDG (nutrição animal), óleo, entre outros”, explica Antônio Álvaro.

Outro ponto sensível é o mercado para o etanol, que não é considerado uma commodity, e as importações mundiais estão em declínio. Uma das objeções vem da Europa, em especial por causa da pegada de carbono deste tipo de combustível. O importante, então, é analisar qual é a janela de oportunidade para o etanol de milho. “Acredito que ainda temos de duas a três décadas para os combustíveis líquidos, incluindo a gasolina. Depois, falaremos em outros tipos de combustível. Então, este tempo de 20 a 30 anos ainda é a janela de oportunidade para o etanol de milho, para a qual temos desafios científicos em que instituições de pesquisa como a Embrapa estão trabalhando”, explica.

Um dos desafios é da produtividade. Enquanto em muitos estados do Centro-Sul a produtividade média ultrapassa 6 ton./ha, no Nordeste fica em 2 ton./ha, salvo exceções. “Como casos bem-sucedidos são encontrados em todas as regiões do País, isso nos mostra a possibilidade de aumentar a produtividade média em praticamente todas elas”, exemplifica o pesquisador.

O Agrooutlook – 5º Fórum de Agricultura da América do Sul foi promovido pela editoria de Agronegócio da Gazeta do Povo e Sistema Ocepar. O evento aconteceu em Curitiba-PR dias 24 e 25/8.


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