Fórum Abisolo debate a agenda da produtividade agrícola e o papel da nutrição vegetal

Evento prossegue na tarde desta quinta (11), em Campinas/SP

11.04.2019 | 20:59 (UTC -3)
Noemi Oliveira

No atual momento político e econômico vivido pelo Brasil, a agenda que o agronegócio precisa adotar deve ser aquela mantida há muito tempo pelo setor, que é a da Produtividade. Foi essa a tônica predominante no debate promovido durante o VIII Abisolo Fórum e Exposição Internacional Tecnologia & Integração, que está sendo promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), em Campinas/SP. “No caso do agro, a agenda envolve, entre outros pontos: foco no investimento na infraestrutura e logística, intensificação da adoção de técnicas da agricultura de precisão e pensar o agro muito mais sintonizado com a indústria”, observou o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, que foi um dos palestrantes.

De acordo com o economista, os ganhos para a agricultura, tanto com investimentos na melhoria da infraestrutura de logística, quanto na adoção de práticas da Agricultura de Precisão, são enormes. “Há casos comprovados de que, por exemplo, a melhoria da ligação rodoviária com o Arco Norte até o Porto de Miritituba-PA, significa ganhos de R$ 10 por hectare para o produtor de grãos do Centro-Oeste. Ou a intensificação do uso das ferramentas da Agricultura de Precisão que possibilitam redução de até 20% no uso de defensivos. Tudo isso significa reforço na Agenda da Produtividade, um tema do qual vocês da área de nutrição vegetal são parte importantíssima”, resumiu o palestrante.

Coordenado pelo jornalista Willian Waack, o debate contou ainda com as participações de Elísio Contini, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa-DF; Guilherme Casarões, professor da FGV; e o cientista político Carlos Melo, professor do INSPER. Na avaliação de Casarões, que tratou do tema O Rearranjo das Relações Internacionais e os Impactos no Agro Brasileiro, Casarões enfatizou que o Brasil precisa ficar atento a inserção no comércio internacional. “Apesar do Brasil ser um player reconhecidamente competente na produção de alimentos, precisa fica atento ao aparecimento de novos integrantes desse grupo, como Angola, Moçambique, Mongólia e, sobretudo, a Rússia, que vem se movimentando para ocupar espaços no fornecimento de alimentos”, comentou.

Já o professor Carlos Melo chamou a atenção para o papel desempenhado pelo produtor rural nesse atual momento político. “O que se nota é que há uma grande discrepância entre a força econômica gigantesca que o agronegócio tem consolidado nas últimas décadas e sua força política perante os governos e também nas negociações parlamentares. Entendo que a bancada ruralista é grande, porém atua de forma fragmentada. Há ainda uma questão de que o setor falha na sua comunicação com a sociedade de forma geral”, observou Melo.

Em sua participação, o pesquisador da Embrapa-DF, Elísio Contini ponderou que o atual governo tem na agricultura uma equipe de técnicos competentes sob o comando da ministra Tereza Cristina e relembrou que o forte crescimento registrado pelo agro brasileiro nos últimos anos se deve muito ao fator inovação. “Acredito que toda evolução registrada em ganhos de produtividade de 1975 até hoje na agricultura se deve à tecnologia e menos a fatores como terra e trabalho”, ponderou o palestrante.

Todos enfatizaram o expressivo crescimento do agro brasileiro. Mendonça de Barros, por exemplo, recordou que, no período 2014-2018, o PIB do Brasil recuou 4,7%; os serviços tiveram queda de 3,2%; a indústria amargou declínio de 10,2%; e a construção civil desabou 26%. Nesse mesmo período, o agro cresceu 10%. “Para continuar nesse ritmo, será preciso vencer os seguintes desafios: seguir elevando a produtividade, avançar na agricultura de precisão e na conectividade do campo, desenvolver novas modalidade de crédito, ampliar o seguro rural, avançar em práticas de produção sustentável e cuidar bem do uso de recursos como a água”, concluiu o economista.

O VIII Fórum Abisolo terá sequência na tarde desta quinta (11) com palestras: sobre agricultura digital o destaque será Processamento de Imagens com Enfoque em Nutrição de Plantas, a cargo de Lucio de Castro Jorge, da Embrapa Instrumentação; e Substâncias Húmicas: Uma Nova Abordagem para a Valorização dos Fertilizantes Orgânicos Compostos, a ser proferida por Elke J.B. Cardoso, da ESALQ. O evento será encerrado com duas palestras internacionais a cargo da professora Vitória Fernandez, da Universidade Politécnica de Madrid-Espanha, que abordará Nutrição Foliar: Fundamentos Científicos e Técnicas de Campo; e da professora Maria Del Carmén Salas Sanjuan, da Universidad de Almeria-Espanha, que discorrerá sobreFertirrigação: Manejo de Nutrição e Ferramentas de Controle e Diagnóstico.

Durante o Fórum Abisolo, foi feito o lançamento da quinta edição do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2019, a consagrada publicação editada pela Abisolo, cujo download pode ser feito pelo link: www.abisolo.com.br/anuario

Serviço:

VIII Abisolo Fórum e Exposição Internacional Tecnologia & Integração

Data: 10 e 11 de abril de 2019

Local: Expo Dom Pedro (Campinas/SP)

Outras informações: (11) 3251-4559 ou www.forumabisolo.com

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