Produtor mineiro prefere investir mais no plantio de soja
Autoridades federais, estaduais e municipais estiveram presentes sexta-feira (09/10), na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), para participarem de atividade integrante da 52ª Semana Luiz de Queiroz.
A Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG) foi a entidade que comandou os trabalhos que tinham como foco as discussões sobre mudanças climáticas bem como iniciativas dos setores da agricultura, de florestas plantadas e de bioenergia do Brasil.
Os trabalhos tiveram início às 09h30, quando personalidades compuseram a mesa do Fórum ABAG – “COP15 – Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas”. Nela estavam, João de Almeida Sampaio Filho, Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Francisco Graziano, Secretário do Meio-Ambiente do Estado de São Paulo, representando o governador José Serra; Carlo Lovatelli, presidente da ABAG; Antonio Roque Dechen, diretor d ESALQ; Roberto Waack, da Amata Brasil; Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena); Marcus Guido Frank, da Mckiensey & Company; Sérgio Leitão, do Greenpeace; e Ocimar Villela, do Instituto para o Agronegócio Responsável – Ares.
Durante o evento, o presidente da ABAG, Carlo Lovatelli, declarou que “Hoje, o tema clima está realmente em altíssima evidência. O mundo tem que tomar algumas decisões extremamente importantes visando estabelecer responsabilidades bem definidas de todos os países desenvolvidos sobre como diminuir o efeito estufa, a temperatura global, realizando ações corretivas para alcançar esse objetivo. Nós temos aí adiante a 15ª Conferência das Partes da Convenção (COP-15), em Copenhage (Dinamarca), em dezembro, e lá estaremos representando o Brasil e sua luta pelo desenvolvimento de economias de baixo carbono”.
Francisco Graziano, Secretário do Meio-Ambiente, ressaltou que "O Estado de São Paulo participa das discussões globais sobre o clima há um bom tempo. Estamos nos alinhando com as políticas públicas desenvolvidas pela Califórnia, por exemplo, que é top nesse tema, mas o governo brasileiro precisa ser mais arrojado nas metas de economia verde”.
Já para João Sampaio, Secretário de Agricultura, "A agricultura paulista e brasileira devem olhar para este tema como oportunidade. Ações simples podem minimizar a emissão de CO2. Assim, a minha mensagem é otimista, porque temos um desafio, mas há que se levar à Copenhague uma proposta ambiciosa”.
O pesquisador Carlos Clemente Cerri, do CENA, afirmou que "É preciso atualizarmos os dados sobre este tema. Com relação ao relatório produzido em 1994, no que se refere à queima dos combustíveis fósseis, temos aumento de 44% das emissões até 2005, mas há um decréscimo de emissões quando olhamos pelo viés do desmatamento. No geral, houve, no País, nesse período, um aumento de 17% nas emissões”.
Por outro lado, Sergio Leitão, do Greenpeace, "Essa discussão sobre clima está sendo feita com atraso de pelo menos vinte anos e, do ponto de vista do setor produtivo, existe uma agenda que sinaliza regressão de leis ambientais. É preciso, mais do que estabelecer metas, cumpri-las”.
O diretor da ESALQ, Antonio Roque Dechen, falou da importância de receber na Escola, mais um Fórum da ABAG. “Este evento representa a inserção de Piracicaba, da ESALQ, no mercado internacional, pois aqui fecharemos um documento sobre as negociações da Aliança Brasileira pelo Clima”.
A Aliança Brasileira pelo Clima: Agricultura – Florestas Plantadas – Bioenergia, apresentou o Documento de Posicionamento sobre as Negociações de Mudanças Climáticas e as Ações do Governo Brasileiro (setembro/2009), para apreciação das autoridades envolvidas no debate. A Aliança é formada pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Associação Brasileira de Agribusiness da região de Ribeirão Preto (Abag-RP), Associação Brasileira de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares), Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (Siamig), Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg) e União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única).
Alicia Nascimento Aguiar e Caio Albuquerque
Esalq
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura