Focado na transformação digital, Grupo Piccin nasce projetando faturar R$ 330 milhões em 2025

Com operação dividida em três braços de atuação e estratégia muito mais agressiva e tecnológica dentro do agronegócio, acionistas projetam investimento de R$24 milhões até final deste ano

02.02.2022 | 08:09 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

Após 58 anos de atuação no mercado do agronegócio, com um perfil mais familiar e conservador, a então Piccin Tecnologia Agrícola, com sede em São Carlos-SP, passa agora a ser o Grupo Piccin, com três braços de atuação nas áreas de equipamentos, componentes e inovação.

O objetivo principal da mudança é promover a transformação digital da organização, que em 2021 comercializou mais de seis mil implementos, volume 41% maior do que em 2020. Isso proporcionará ainda mais tração para que em 2025 o grupo tenha faturamento superior a R$ 330 milhões, um salto de 50%.

O primeiro passo para formar o grupo e toda essa evolução começou em março de 2020, quando o conselho de administração traçou um plano para o início da transformação digital da empresa. Um novo time de gestão foi formado e a aplicação de estratégias e de tecnologias para resolver os desafios na produtividade, eficiência, comunicação, desenvolvimento de produtos e principalmente para fortalecer e evoluir relacionamento com os clientes. “Essas mudanças permitiram que mesmo em plena pandemia, em janeiro de 2021, a Piccin adquirisse um grande fornecedor de peças, a Mancal Matão e ao mesmo tempo, tiveram início uma série de ações para disseminação da cultura de inovação em todas as áreas da empresa”, conta o CEO do Grupo Piccin, Camilo Ramos.

Este trabalho foi desenvolvido em parceria com um hub de inovação referência nacional, o ONOVOLAB. “Isso tudo envolveu inovação e relacionamento com os clientes. E foi possível identificar um problema eminente do campo relacionado ao arrendamento de terras e com isso, nasceu uma startup, que tem como desafio auxiliar o produtor a resolver essa dor”, confessa o executivo. Para ele,  tudo que está acontecendo não é uma revolução e sim uma evolução de tudo o que a empresa já fez de bom desde sua criação e sua gestão familiar. “Tudo no sentido de atendermos as demandas de um mercado extremamente qualificado e atualizado como é o nosso agronegócio”, destaca.

Camilo Ramos
Camilo Ramos

A ideia segundo o executivo é otimizar a gestão das marcas compartilhando alguns modelos de estratégia e administração. “Definimos a criação de um modelo de marca monolítico onde as empresas pertencentes ao conglomerado estarão abaixo do mesmo guarda-chuvas chamado Grupo Piccin”, conta Ramos.

Para esse projeto serão investidos no total R$24 milhões, deste total, R$12 milhões já foram gastos com as primeiras adequações sendo a metade do montante exclusiva para o desenvolvimento de produtos.

Hoje no grupo atuam 320 colaboradores e são mais de 1.200 revendas parceiras no Brasil e no exterior com o portfólio das marcas. “Nossos gestores estão orientados para criar soluções a partir de dores identificadas e analisadas no campo, contribuindo de fato e não de fala para o setor que gira a economia de nosso país”, relata Ramos.

Novidades a caminho

Com a criação do grupo, muitas novidades devem chegar ao mercado ainda em 2022. Na Piccin Equipamentos haverá em breve o lançamento de famílias de produtos no segmento de descompactação de solo, e uma outra linha de distribuidores de insumos e fertilizantes com alta tecnologia. Já na Piccin inovação surge uma startup com o intuito de resolver uma grande dor em um mercado que não para de crescer, o de arrendamento de terras.

Para a Piccin Componentes, além do crescimento na ordem de 30% previsto, as novidades ficam por conta da expansão de mercado, atuando com a produção e comercialização de novos produtos, “além da possibilidade de incorporação de novas empresas deste mesmo segmento e que poderão compor o ecossistema Piccin e que são discutidas no momento sob sigilo”, confidencia o CEO.

Salto com base sólida

Em 2021 a Piccin investiu em uma das maiores empresas de consultoria de processo produtivo do Brasil para identificar pontos de melhoria relacionados ao arranjo físico e de logística interna de produtos. “Iniciamos neste mesmo ano a implantação desse projeto que começou com a aquisição de uma área vizinha da planta atual de 7.000m2, totalizando no momento 93.000m2 de área total da sede e 15.000m2 construídos. Esta ampliação do parque fabril além de melhorar a eficiência de produção atual abrigará a produção das novas famílias de produtos que vamos lançar”, explica o executivo.

Este ano parte dos investimentos serão direcionados para colocar em prática um plano que prevê a melhoria de eficiência produtiva em 39%. “Nossas palavras de ordem estratégicas estão alinhadas para evoluir no relacionamento com os clientes sem perder o lado humano que existe nesta relação e a busca incessante por resolver as dores do campo nos segmentos em que atuamos”, finaliza Ramos.

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