Fertilizantes: Brasil segue importando da Rússia

Assim sendo, a ANDA reforça a necessidade de análise das informações e do cenário com prudência

17.05.2022 | 19:21 (UTC -3)
Ágata Marcelo

A Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), dentro dos limites de sua atuação como entidade de representação que tem o compromisso de informar corretamente a sociedade, os produtores rurais e o governo sobre concretos focos de atenção e preocupação no setor de fertilizantes, vem a público prestar e compartilhar as seguintes informações:

  • Segundo dados oficiais, o Brasil importou, em abril último, 3,24 milhões de toneladas de fertilizantes. Isto representa 81,5% acima do volume de 1,88 milhão de toneladas registrado no mesmo mês de 2021. No primeiro quadrimestre de 2022, o total importado atingiu 11,19 milhões de toneladas, com crescimento de 6,4% em relação a igual período do ano passado (fonte: MDIC/SECEX). Esses dados ainda espelham o ritmo acelerado de compras internacionais feitas no início do ano e, portanto, antes da crise entre a Rússia e a Ucrânia. Na atualidade, contudo, tal ritmo de importação poderá não se repetir, haja vista que sanções impostas à Rússia criaram obstáculos, como as restrições das transações financeiras ou das operações logísticas.
  • Ademais, é preciso considerar os seguintes fatores: em termos geográficos, verifica-se que o fluxo comercial de fertilizantes provenientes da Bielorrússia e da China para o Brasil reduziu-se, considerando as incertezas geopolíticas; é sempre importante lembrar que o Brasil produz apenas 15% da demanda interna de fertilizantes, importando os demais 85%, o que implica, por definição, alto grau de exposição à volatilidade de preços internacionais. Nesse passo, é natural que as expectativas do produtor quanto a antecipar ou postergar compras mostrem-se em constante dinâmica. Os dados totais da ANDA para o período de janeiro a fevereiro demonstram, por exemplo, uma redução de 11% nas entregas de fertilizantes em relação ao mesmo bimestre do ano anterior.

Assim sendo, a ANDA reforça a necessidade de análise das informações e do cenário com prudência. Esclarece, ainda, que segue colaborando com o governo na busca por alternativas para apoiar a abertura de novos mercados e de soluções de logística, com o objetivo de manter o ritmo das entregas aos consumidores brasileiros, assim como apoiando as ações do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

Nesse particular, nossas autoridades, sem dúvida, têm clara a importância de garantir o fluxo desses insumos à agricultura nacional, pois fertilizantes são essenciais e o primeiro passo para a cadeia alimentar fluir. Trata-se de questão de segurança alimentar, que tem sido pauta da ONU e de toda a sociedade. Há claros esforços para abrir novos mercados, priorizar o desembarque desses insumos em nossos portos e, ainda, tentar acelerar o desenvolvimento e debate sobre o PNF.

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