Equipamentos nacionais contribuem com pesquisas agronômicas
Ferramentas utilizadas para agricultura de precisão ganham credibilidade em publicações científicas
As chuvas de 2018 chegaram trazendo uma grande preocupação aos produtores de soja: a ferrugem asiática. A praga vinda do Paraguai, considerada a doença mais severa para o grão, causou perdas de 8,5 milhões de toneladas na lavoura nacional e prejuízo de 3,7 bilhões de dólares em sua chegada ao Brasil.
Identificada no país em maio de 2001, a ferrugem-asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a infecção provoca desfolha precoce, compromete a formação, o desenvolvimento de vagens e o peso final do grão, podendo causar danos de até 100% na produtividade.
No portal do Consorcio Antiferrugem é possível encontrar informações sobre a doença, desde fungicidas para controle, laboratórios credenciados até a legislação que normatiza os períodos de vazio sanitário e janela de semeadura. O Consórcio Antiferrugem (CAF) é resultado da parceria de instituições públicas e privadas, que foi criado em 2004 para padronizar e disponibilizar informações sobre a ferrugem-asiática.
Na página ainda é possível visualizar o mapa de dispersão da doença com os registros detalhados de cada foco relatado nas principais regiões produtoras de soja do país.
Em Paracatu-MG, foi identificado o primeiro foco no dia 05 deste mês, em uma Soja Comercial, variedade M6210. A ocorrência já foi enviada para o CAF.
No Oeste baiano a presença do fungo foi confirmada oficialmente nesta segunda-feira (8) pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).
“O trabalho agora vai ser de uma guerra contra o fungo”, afirmou o coordenador do Programa Fitossanitário de Combate à Ferrugem Asiática da Soja na Bahia, Armando Sá, segundo o qual o custo de quatro aplicações de defensivos contra a ferrugem asiática equivale a sete sacos de soja.
No Mato Grosso do Sul, entre 2 e 8 de janeiro já foram confirmadas sete ocorrências da doença. O número coloca o estado como o terceiro em incidência de registros no Brasil no ciclo 2017/2018, ficando atrás apenas do Paraná, com 53 e do Rio Grande do Sul até então, com 15 focos.
Marcelo Abreu, sócio-gestor da iCrop - Gestão de Irrigação na região de Paracatu, alerta que a ferrugem, sob condições climáticas favoráveis, é uma praga que não permite descuido. A presença do fungo que permanece durante as entressafras em plantas hospedeiras, exige capacitação e treinamento para a identificação precoce da doença. A diversidade de variações climáticas entre as regiões impossibilita uma recomendação genérica de controle que satisfaça todas as áreas. É necessário um manejo integrado com monitoramento constante e preciso.
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