Em 2018, projetos da Embrapa vão alcançar a África e comunidades pobres do Piauí

​Tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte nas áreas de produção animal e de alimentos, começam a beneficiar este ano pequenos agricultores de países como Uganda, Camarões, Etiópia, Gana e Tanz&acir

09.01.2018 | 21:59 (UTC -3)
Fernando Sinimbu​

Tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte nas áreas de produção animal e de alimentos, começam a beneficiar este ano pequenos agricultores de países como Uganda, Camarões, Etiópia, Gana e Tanzânia, na África. O projeto Redução da Pobreza e Segurança Alimentar na África, que será desenvolvido até 2019, prevê a instalação de pelo menos 150 unidades de observação e transferência de tecnologias. Financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, a ação tem um orçamento de 695 mil dólares.

A ideia central do projeto, segundo o pesquisador César Nogueira, é usar nas unidades o carneiro hidráulico ou bomba à energia solar para abastecer sistemas de produção Integração-Lavoura-Pecuária e o Sisteminha Embrapa. Este, de acordo com Nogueira, consiste na criação de peixes em tanques com a reutilização da água para a produção de plantas e animais nas áreas próximas. “Esperamos importantes impactos positivos na segurança alimentar, saúde e na economia desses países”, disse.

Mais cinco projetos também começam a ser conduzidos este ano pela Embrapa na região Meio-Norte. Nos cerrados, a aposta é no Manejo do Sistema Solo-Água-Planta para o Milho. Liderado pelo pesquisador Edson Bastos, o trabalho vai focar a identificação da população e espaçamento de plantas; doses econômicas de potássio e nitrogênio; estirpes de bactérias diazotróficas para composição de inoculantes; e lâminas de irrigação para o cultivo de milho verde e seco.

Segundo Bastos, os resultados da pesquisa vão permitir a “melhoria do sistema de produção de milho na região, com a expectativa de que a produtividade média de grãos dobre, consolidando, assim, o agronegócio da cultura nos cerrados do Piauí e Maranhão”.

Também nos cerrados e no delta do rio Parnaíba começa a segunda fase do projeto Adequação do Manejo e Valoração do Mel com três Espécies de Abelhas sem ferrão, como alternativa econômica para pequenos produtores. O projeto é liderado pela pesquisadora Fábia de Mello Pereira.

No litoral, dois projetos serão desenvolvidos a partir deste semestre: Estratégias para a Sustentabilidade da Produção de Acerola Orgânica Irrigada na região Nordeste, liderado pelo pesquisador Braz Henrique Nunes; e Bases Tecnológicas para Produção Sustentável de ostras Nativas no Norte e Nordeste do Brasil. A pesquisadora Angela Puchnick Legat é a líder.

Do projeto sobre o cultivo orgânico de acerola, Nunes espera impactos positivos com a aplicação e manejo de água adequadamente, “conjugado com os aspectos genéticos, nutricionais, proteção do solo, colheita e pós-colheita”. Já o projeto liderado por Angela Legat buscará práticas e processos para a produção regular de sementes de ostras, aumento do rendimento na engorda e na extensão da vida de prateleira desses mariscos nativos cultivados.

 


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