Feijão: comercialização rápida e bons preços no RS

05.02.2009 | 21:59 (UTC -3)

A colheita do feijão avançou e chegou aos 80% da área estimada no Rio Grande do Sul. No momento, outros 12% da área cultivada com feijão estão maduros e por colher. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, essa rápida evolução, inclusive com percentual acima da média dos últimos anos, se dá em razão do excelente momento por que passa os preços deste grão. Existe grande demanda em decorrência da falta de estoque regulador no país, o que tem provocado a elevação dos preços no mercado.

Nessa semana, mesmo que com pequena queda, o valor médio da saca de 60 kg do feijão preto no RS foi de R$ 135,50, mas com negócios chegando a um máximo de R$ 150,00/sc em algumas regiões de comercialização.

A irregularidade das precipitações tem trazido problemas pontuais em algumas áreas e amenizado o estresse hídrico em outras. Como o percentual de fase crítica da lavoura de feijão, neste momento, é pequeno, cerca de 8% em floração e enchimento de grãos, técnicos da Emater/RS-Ascar afirmam que, em termos de perdas, o pior para essa cultura já passou. Mesmo assim, nos próximos dias, novos números sobre a atual safra serão lançados, assim como sobre a expectativa da safrinha que ora inicia sua trajetória.

Apesar de irregulares, as chuvas ocorridas colaboraram para a manutenção da umidade do solo e beneficiaram as culturas de verão. No entanto, os volumes registrados ainda são insuficientes para atender as necessidades totais das culturas e repor os mananciais hídricos que encontram-se abaixo da normalidade em algumas áreas do RS.

As áreas que foram semeadas com milho em janeiro, tempo final estabelecido pelo Zoneamento Agroclimático do Estado, e mesmo as introduzidas após a recomendação oficial e, portanto, sem seguro, apresentam boa germinação e bom desenvolvimento. Foi nesse período que muitos produtores aproveitaram o retorno das precipitações e terminaram de plantar suas lavouras e, também, replantaram áreas com perdas, que foram destinadas à silagem para alimentação dos animais. Nessa semana, 16% das lavouras de milho estão em desenvolvimento vegetativo, 14% em floração, 31% em enchimento de grãos, 19% maduros e por colher e 20% colhidos. Até o momento, as perdas de produtividade com o milho, em nível de Estado, chegam aos 16,23% em relação à estimativa inicial, e de 14,08% em relação à safra passada.

A evolução das fases da cultura da soja mostra que os meses de fevereiro e março deverão definir que tamanho de produção que deveremos colher, e isso está diretamente relacionado com o ritmo e os volumes de chuvas que deverão ocorrer. De modo geral, os produtores gaúchos continuam monitorando as lavouras quanto ao aparecimento de alguma praga ou doença, como lagartas ou ferrugem. Em áreas pontuais na Fronteira Noroeste, Missões e Planalto, já existem o controle contra o oídio e de ataque de lagartas. Os negócios com a oleaginosa se mantiveram estáveis no Estado, com pequeno aumento da saca em relação à semana passada. O preço médio ficou em R$ 47,62/sc, subindo 0,04%.

A cultura do arroz, de modo geral, se desenvolve de forma satisfatória e apresenta bom potencial produtivo. O clima dos últimos dias vem favorecendo as lavouras e colaborando na reposição da água dos mananciais, uma vez que as lavouras necessitam de irrigação para o seu desenvolvimento. A safra de arroz, que se encontra adiantada em relação à média histórica, na semana, alcançou em torno de 43% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 53% nas fases de floração e enchimento de grãos e 4% já estão prontas para serem colhidas. A retirada do produto da lavoura deverá iniciar-se nos próximos dias.

OLERÍCOLAS E FRUTAS

Alface – Em alguns municípios do Estado, o excesso de chuvas dos últimos dias, tem reduzido a qualidade das folhosas em geral. No entanto, na maioria dos municípios, devido à estiagem do mês de janeiro, as chuvas contribuíram para seu desenvolvimento, em especial para as hortaliças produzida em céu aberto. A caixa/24 pés de alface foi comercializada nesta semana a R$ 12,00 na região de Santa Maria. Por outro lado, no município de Maquiné, região de Porto Alegre, 70% da área de 60 hectares, cultivada de alface, já foram colhidos. O preço médio recebido pelos agricultores foi de R$ 2,00/dz.

Uva – No Estado, a colheita da variedade Concord está encerrada, a variedade Niágara encontra-se em plena colheita e a cultivar bordô está em início de colheita. As altas temperaturas dos últimos dias têm acelerado a maturação dos frutos, intensificando o trabalho de colheita nas propriedades, assim como o processo de vinificação e/ou produção de sucos nas cantinas. As frutas colhidas até o momento apresentam bom estado sanitário.

Maçã – Na Serra, principal região produtora de maçã do Estado, a variedade super precoce Eva já foi totalmente colhida e 90% da produção comercializados. Já a variedade Gala, a colheita inicia-se na próxima semana com boas perspectivas em relação à qualidade. A produtividade esperada de 40 t/ha. Houve um atraso de início da colheita de em torno de 10 dias em relação ao ano passado, em virtude da estiagem.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Emater/RS-Ascar

51-2125-3104

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