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Os impactos gerados nos meios urbano e rural pelos eventos climáticos registrados no Rio Grande do Sul em 2024 deixam a marca de um ano muito difícil e desafiador. Havia uma expectativa de chuvas mas também de uma grande safra no estado, porém, o que ocorreu em maio passado provocou perdas significativas de produtos na região sul gaúcha. Em algumas áreas, o soja já estava com a colheita bem adiantada, no entanto, os efeitos negativos foram importantes nas empresas, na produção, no porto de Rio Grande e na infraestrutura estadual.
A análise é do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires (na foto). A resiliência do povo gaúcho é uma das suas principais características, na opinião do dirigente, que entende já estar ocorrendo um processo de reconstrução muito forte, “mas que não será superado de uma hora para outra”. “A região de Lajeado, por exemplo, uma das mais afetadas, vai demorar um pouco mais para se reestruturar, assim como outras partes do estado”, salienta.
Segundo Pires, hoje, talvez, o principal problema do agro seja o endividamento provocado pela seca ocorrida em 2022 e 2023, que afetou a renda do produtor. “Nós tivemos um céu de brigadeiro entre 2013 e 2021, com algumas coisas pontuais de clima, mas nos últimos cinco anos enfrentamos estiagens avassaladoras, com prejuízos enormes, e em algumas regiões do estado chegando a 70% de quebra na safra. Agora, ainda caíram os preços dos produtos agrícolas de uma forma geral. Os preços dos insumos diminuíram, porém não na mesma proporção”, informa, destacando que combustível e mão de obra não retrocedem.
Em relação às cooperativas gaúchas, Pires coloca que o cenário não é diferente. “Elas precisam como nunca de um projeto de reconversão, não para si, mas para os seus produtores, já que grande parte do crédito rural é feito com o capital de giro delas. Então, é importante esse recurso que está sendo batalhado desde a reunião da FecoAgro, em 9 de maio, junto com o Ministério da Agricultura e que, infelizmente, não saiu ainda no volume e no tamanho necessários. Nós temos muitas narrativas que não chegam lá na ponta, no produtor. Algumas coisas para o pequeno produtor, enfim, foram atendidas, mas essa indicação das cooperativas, infelizmente, foi parcialmente atendida e precisamos avançar muito nisso”, ressalta o dirigente.
Pires também pontua as dificuldades na questão do seguro rural, no sentido de Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). “Realmente hoje o agronegócio brasileiro, principalmente o gaúcho, enfrenta dificuldades. Porém não vou falar em pessimismo, mas em desafios que são problemas e que podem ser superados”, reforça, citando também o financiamento das safras como uma coisa importante. “Se diminuiu muito o crédito colocado no agro de uma forma geral nesses últimos dois anos, principalmente agora em 2024, o que nos preocupa. Então, por isso, o sistema cooperativo está fazendo a sua parte. Neste ano, deve até faturar um pouco menos porque o produtor não vendeu muitas vezes o soja, e algumas cooperativas não tiveram o faturamento que esperavam. Talvez elas façam o mesmo faturamento do ano passado, essa é a previsibilidade que a gente tem monitorado”, avalia.
O presidente da FecoAgro/RS encerra a sua análise dizendo que as entidades entendem que tudo é ciclo. “Não é o momento extraordinário de 2013 a 2021, mas é um momento de muita superação e nós temos que torcer, principalmente, para que o clima nos ajude. Estamos com uma safra de soja plantada, assim como de milho, que mesmo pequena em termos de área, tem um bom potencial de produção”, enfatiza. De acordo com Paulo Pires, no Rio Grande do Sul existem algumas quebras pontuais, mas o estado tem um potencial de produção. “Na questão do soja, estamos torcendo para que tudo se desenvolva da melhor forma possível e alcance um bom resultado econômico para o nosso produtor voltar a uma condição de normalidade”, conclui.
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