Troca de conhecimentos, colaboração e inovação são ncessários para combater a resistência de plantas daninhas
A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Maria Fatima Grossi de Sá foi eleita membro da The World Academy of Sciences (TWAS), durante a 25ª reunião da instituição realizada no dia 26 de outubro de 2014, em Muscat, Omã. Foram escolhidos 46 novos membros de seis países: Áustria, Brasil, China, Taiwan, Índia e Tanzânia. Do Brasil, além de Fatima, outros quatro cientistas passaram a integrar o quadro de membros vitalícios da TWAS: Rodrigo Corrêa Oliveira (Fiocruz), Fernando Cunha (USP), Luiz Oswaldo Alves (Unicamp) e Marcos Pimenta (UFMG). Eles serão empossados na próxima reunião geral da Academia, no dia 20 de novembro de 2015, em Viena, Áustria.
A Academia Mundial de Ciências tem como principal objetivo promover a capacitação e a excelência científica para o desenvolvimento sustentável. Criada há mais de 20 anos por um grupo de cientistas do hemisfério Sul, a TWAS trabalha em estreita colaboração com a Unesco. Hoje, conta com mais de 1.000 (mil) membros, escolhidos entre os cientistas que mais se destacam no mundo, representando cerca de 70 países.
O principal critério para se tornar membro da TWAS é a excelência científica. Apenas os cientistas que alcançam os mais altos padrões internacionais e trazem contribuições significativas para o avanço da ciência podem ser nomeados. Outro requisito é ser membro de uma academia nacional de ciências, estabelecida e reconhecida pelo governo do país dos candidatos. Em média, cerca de 50 novos membros são eleitos a cada ano.
É o caso de Fatima Grossi e do também pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Elibio Rech, eleito para a TWAS em 2007. Ambos são membros vitalícios da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
A TWAS tem se revelado um importante instrumento para a cooperação científica, sobretudo na promoção de relações entre América Latina, Ásia e África. "Além de ser uma honra, a indicação é também um desafio para mim", explica a pesquisadora, já que a Academia tem como meta a integração e o compartilhamento de conhecimento científico e tecnológico entre os países em desenvolvimento e a aproximação com os países desenvolvidos de diversos continentes.
A nova Acadêmica é graduada em Ciências Biológicas pela UnB, com mestrado em Biologia Molecular pela mesma Universidade e PhD em Biologia Molecular pela Universidade Paris VIII, França. Durante o doutorado conduziu estudos pioneiros na identificação de fatores relacionados ao controle da expressão gênica em organismos eucariontes, que culminaram na descoberta da partícula prosome, atualmente conhecida como proteasoma, envolvida na degradação de proteínas. Realizou pós-doutoramento na Plant Genetic System (PGS) em Ghent, Bélgica, e na Universidade da Califórnia (UCSD), San Diego, EUA, explorando as áreas de proteínas de defesa de plantas e a interação molecular entre plantas e pragas.
É pesquisadora 1A do CNPq, sendo os resultados de suas pesquisas, compilados em mais de 150 artigos científicos referenciados (índice h=30), 23 capítulos de livros e 17 patentes, e tem contribuído com o desenvolvimento de processos e produtos biotecnológicos, com contribuições significativas para o sucesso da biotecnologia aplicada à agricultura.
Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Fatima Grossi é a coordenadora do Laboratório de Interação Molecular Planta-Praga, onde são desenvolvidas várias pesquisas de biotecnologia vegetal em prol da produção de plantas geneticamente modificadas (GM), aplicadas ao estresse biótico e abiótico. Um dos destaques atuais é o algodão GM com resistência ao bicudo do algodoeiro, o pior inimigo da cotonicultura brasileira e, do evento de algodão GM com tolerância ao déficit hídrico.
A pesquisadora foi presidente da Sociedade Brasileira de Biotecnologia (SBBIOTEC) e coordenadora da Área de Biotecnologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Atua ainda como professora-orientadora nos Programas de Pós-Graduação de Ciências Biológicas e Biologia Molecular da Universidade de Brasília (UnB); Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) e Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo já contribuído com a formação de 35 mestres e 37 doutores.
Mais informações: www.twas.org
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