Farinha de cogumelos já está à disposição dos consumidores

19.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

Os consumidores do Distrito Federal e de todo o Brasil já podem contar com um novo produto inédito no mercado nacional: a "Farinha do Imperador", lançada quarta-feira (18/11), na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília/DF.

O produto é resultado de uma parceria bem sucedida entre a Embrapa e o Centro Universitário de Brasília - UniCEUB. A "Farinha do Imperador" foi desenvolvida a partir do cogumelo rei (Ganoderma lucidum) e recebeu esse nome em função desse cogumelo ser uma das iguarias prediletas do imperador da China.

O produto foi desenvolvido pela empresa do Distrito Federal, Blazei-Brazil, que nasceu da parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), consolidando mais um resultado positivo das ações de parceria público-privada.

A parceria entre as duas instituições faz parte do Programa de Incubação da Embrapa, que tem como objetivo disponibilizar tecnologias geradas na área de agropecuária para empresas de base tecnológica através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária (PROETA).

Esse programa é parcialmente financiado pelo Banco interamericano de Desenvolvimento (BID) e destina-se a estimular a utilização de tecnologias da Embrapa, por meio da incubação de empresas em incubadoras já existentes.

Farinha foi desenvolvida a partir de cogumelo que compõe a coleção da Embrapa

A Blazei-Brazil foi incubada pelo UniCEUB, através de sua Incubadora de Empresas denominada CASULO, com a tecnologia Jun-Cao, adaptada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia da China para o Brasil para produção de cogumelos comestíveis.

As variedades do cogumelo rei utilizadas no desenvolvimento da farinha saíram do Banco de Cogumelos para Uso Humano da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, coordenado pela pesquisadora Arailde Urben e que hoje conta com mais de 300 espécies de vários cogumelos de importância comestível e medicinal.

A farinha pode ser utilizada na fabricação de pães, bolos e outras guloseimas com um diferencial: por ser produzida a partir do cogumelo rei, carrega com ela todas as propriedades nutritivas desse fungo, que é rico em beta-glucana (fibra alimentar que auxilia na redução da absorção de colesterol), vitaminas e minerais, entre outros nutrientes.

Para chegar à "Farinha do Imperador", o empreendedor Haroldo César de Oliveira, diretor da Blazei-Brazil, contou também com o apoio da FAP-DF - Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal e da FINEP.

O produto rendeu ainda a Haroldo o prêmio de "Empresário Inovador 2009", outorgado pela FAP-DF em novembro deste ano.

A "Farinha do Imperador" não contém glúten, podendo ser consumida por pessoas portadoras da doença celíaca. Além disso, o fato de conter o cogumelo Ganoderma lucidum melhorou o seu valor nutricional e a facilidade de digestão, quando comparada às farinhas encontradas no mercado. O produto possui 52,29g/100g de Beta-glucana (ß-1,3 e ß-1,6), bem superior a outros grãos como aveia e cevada que contêm entre 4 a 9%, é rico no teor de fibra com 12,11% de fibra alimentar total, sendo 0,21% de fibras solúvel e 11,90 de fibras insolúveis.

Pesquisa entre Embrapa e setor produtivo beneficia consumidores

Segundo Haroldo, um pacote de 200 gramas da "Farinha do Imperador" vai custar R$ 7, 00, o que é barato quando comparado ao preço dos cogumelos in natura. "Cem gramas do cogumelo rei chegam a custar R$ 30,00", afirma o empreendedor.

Isso é possível porque os cogumelos na forma da farinha tiveram os seus valores reduzidos a ponto de viabilizar seu uso. "Com isso, esperamos colaborar para a inclusão dos cogumelos na alimentação diária dos brasileiros", ressalta Haroldo.

Para os interessados nessa deliciosa inovação tecnológica, a "Farinha do Imperador" pode ser comprada em lojas de produtos naturais e é uma ótima opção para a fabricação de pães, bolos, biscoitos, molho de macarrão, barrinhas energéticas, mingau e cereais, entre outras opções que ficam por conta da criatividade dos consumidores.

Mais informações podem ser obtidas com Haroldo César de Oliveira (Blazei-Brazil) pelo telefone: 3347-9655.

Fernanda Diniz

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

(61) 3448-4769 e 3340-3672 /

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