Arrozeiros garantem que não faltará arroz mesmo com as enchentes no Rio Grande do Sul
Para a Federarroz, o que já foi colhido tem condições plenas de abastecimento do mercado interno e não há necessidade de importação
Depois de um período de crescimento exponencial do cultivo de amendoim, a safra paulista 2023/2024, que está em fase de conclusão, deverá ter um rendimento inferior, ante os anos anteriores. Isso se deve, principalmente, pela falta de chuvas no mês de dezembro do ano passado, que afetou diretamente as lavouras das principais regiões produtoras do Estado.
A previsão para este ano é produzir algo em torno de 713,5 mil toneladas. Segundo balanço do Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Na safra 2022/2023, o estado chegou a produzir mais de 736 mil toneladas.
“Para esta safra, as estimativas preliminares indicam redução do volume produzido, em razão das condições climáticas marcadas pela irregularidade das chuvas e das altas temperaturas. Além disso, o desenvolvimento da produção, também, impactam na qualidade do grão e, portanto, nas condições de atendimento do mercado externo”, ressaltou a pesquisadora do IEA, Renata Martins Sampaio.
“Estamos em plena colheita, mas os números apontam quebra de produtividade em torno de 30% ou mais. A previsão para a próxima safra é de repetirmos a área plantada, que foi de 25 mil hectares, sustentada pela baixa precificação da soja”, segundo o produtor e presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal, Sérgio Nakagi.
As prefeituras do Oeste Paulista, região que compreende os municípios de Adamantina, Dracena, Presidente Prudente, Parapuã, Assis, Bauru, Jaú, Marília e Ourinhos, entre outros, emitiram um decreto emergencial devido à seca severa e altas temperaturas que ocorreram na safra atual. O documento aponta cerca de 70% de redução da produção na região e ainda a falta de condições para exportação devido a qualidade inferior do produto.
“A seca causou vários danos e desemprego para o setor. O prejuízo financeiro foi afetado pela queda nas exportações por conta da qualidade do produto, que foi afetada. Com esta quebra, os cooperados não conseguem quitar as contas”, disse o diretor da Cooperativa Agropecuária de Parapuã, a Cooperativa Casul, Júlio Carlos de Arruda.
O presidente da Câmara Setorial do Amendoim, José Rossato, estima que a redução do Valor Bruto da Produção (VBP) possa chegar a 50%, em torno de R$ 1,7 bilhão, e há uma necessidade emergencial na compra de insumos. “As agroindústrias, cerealistas e cooperativas, com menor volume de matéria-prima disponível, têm o desafio adicional de enquadramento do amendoim nos padrões de qualidade exigidos para acessar o consumidor, no mercado interno e externo”, destacou o presidente.
Para atender as demandas primordiais do setor, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, acompanhado do secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, se reuniram, no mês de abril, no Palácio dos Bandeirantes, com os representantes da cadeia produtiva do amendoim.
“Fomos muito bem acolhidos dada a ciência do momento delicado do setor, bem como apresentado pleito, com propostas que podem atenuar a crise atual da cadeia produtiva. Temos a expectativa de construir um plano para mitigar o impacto no setor produtivo, em nosso estado de SP”, frisou o presidente da Câmara Setorial do Amendoim, José Rossato.
Vale destacar que São Paulo é o maior produtor nacional, responsável por 90% da produção do país e o principal exportador da leguminosa. Sendo que as principais regiões produtoras são, respectivamente, os municípios de Tupã (13,6%), Marília (12,7%) e Jaboticabal (12,2%).
O produto é exportado, principalmente, na forma de óleo e de grãos descascados. Tendo como principais destinos concentrados em três países que responderam por 61% das exportações: Rússia (28,31%), Argélia (23,59%) e Holanda com (9,56%) para o grão e China e Itália para o Óleo.
No mercado chinês, por exemplo, o óleo de amendoim é considerado uma iguaria, pelo sabor, pureza e propriedades nutricionais. Segundo estudo realizado pelo IEA, em 2023, as exportações de amendoim descascado registraram alta e mantiveram o cenário de expansão construído nos últimos anos. Quando comparados ao ano de 2022, os resultados apontam incremento de 4,28% nos volumes exportados e de 33,40% para os valores, contabilizando 297 mil toneladas exportadas que somaram US$443 milhões para o amendoim em grão.
“No ano de 2023 a produção paulista de amendoim quando comparada ao ano anterior registrou incremento na área plantada e na produção. As boas condições da safra permitiram o aumento das exportações, especialmente, do grão, um importante canal de comercialização do amendoim”, destacou Renata Martins Sampaio.
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