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Considerada uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, a Exposição Tecnológica Mundial - EXPOWEC 2008 - foi a oportunidade de apresentar aos profissionais, às empresas e à sociedade duas importantes tecnologias da Embrapa na área de geração de energia: um gerador de eletricidade de baixo custo e a mandioca açucarada de onde é possível extrair mais facilmente o etanol.
A primeira inovação tecnológica, cujo nome oficial é Motor Multicombustível para Uso Agrícola, foi criada pelo pesquisador Aldemir Chaim, da Embrapa Meio Ambiente (em Jaguariúna, SP). O pequeno motor é uma adaptação do modelo Stirling, criado em 1816 pelo pesquisador Robert Stirling, e posteriormente abandonado em função da invenção de motores mais potentes.
Porém, pensando nos agricultores de baixa renda, a Embrapa Meio Ambiente decidiu investir na construção de motores simples e de baixo custo, que podem ser utilizados tanto para a carga de baterias quanto para pequenas bombas d'água.
O motor exposto na EXPOWEC é feito de sucata, não necessita de nenhum tipo de manutenção ou lubrificação e utiliza qualquer tipo de combustível renovável, sólido, líquido ou gasoso, tais como álcool, biodiesel, restos de cultura, cavacos de madeira, gravetos, carvão, e até mesmo energia solar, desde que gere calor.
O engenheiro agrônomo Luiz Guilherme Wadt, da Embrapa Meio Ambiente, estima que dentro de dois anos o motor poderá estar disponível para venda, desde que seja feita parceria com uma empresa que se proponha a aplicar a tecnologia desenvolvida pela Embrapa.
"O interesse pelo motor está sendo enorme, uma vez que ele beneficia a natureza por diminuir os resíduos que antes virariam lixo e estimular a sociedade a fazer o aproveitamento da energia limpa", afirma Wadt.
Outro grande destaque apresentado pela Embrapa na EXPOWEC 2008 é a mandioca açucarada para a produção de etanol, cujas pesquisas tiveram início em 1996.
Trata-se de uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia que une as engenharias biológica, agronômica e de processo para a obtenção do álcool da mandioca, cujo rendimento é duas vezes superior à produção de etanol pelo processo convencional da mandioca comercial e mais rápido, já que, com a mandioca açucarada, elimina-se a etapa da hidrólise do amido.
Segundo o pesquisador Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho, a idéia de produzir etanol por meio da mandioca açucarada não é competir com a
cana-de-açúcar, de onde é extraída a maior parte do etanol brasileiro. A idéia, explica Castelo, é levar a mandioca açucarada aos locais onde a cana-de-açúcar não pode ser plantada, como a região amazônica.
"Não queremos competir com a cana-de-açúcar, apenas apresentar uma alternativa para a produção de etanol", diz.
Segundo ele, todo o pacote tecnológico da mandioca açucarada será testado na primeira quinzena de fevereiro, antes de ser oferecido para distribuição no mercado convencional. Castelo estima que uma microdestilaria que utilize a mandioca açucarada deverá custar cerca de R$ 300 mil. Além disso, será necessário o cultivo de 60 toneladas da mandioca açucarada para a produção de cerca de 400 litros de etanol por dia.
A Expowec 2008 é uma exposição tecnológica realizada paralelamente ao Congresso Mundial de Engenheiros e pode ser visitada até amanhã (6), de 14 às 20h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental Canteiro Central - Setor de Divulgação Cultural), em Brasília, DF.
Irene Lôbo
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(61) 3448-4769 e 3340-3672 / www.cenargen.embrapa.br
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