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O Brasil exportou 2,6 milhões de sacas de 60 quilos de café em junho de 2025, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (22/7) pelo Rabobank. O volume representa uma queda de 12% em relação a maio e de 28% frente ao mesmo mês do ano passado. Apesar do recuo, o acumulado da safra 2024/25 (julho a junho) atingiu 45,6 milhões de sacas - o terceiro maior volume da história, ficando atrás apenas das temporadas 2023/24 e 2020/21.
De acordo com o Guilherme Morya, analista setorial da commodity, a desaceleração recente está em linha com as projeções e reflete o impacto de colheitas anteriores abaixo do esperado, além de volumes recordes exportados no início do ano. Para o ciclo 2025, a expectativa é de que o país embarque cerca de 42 milhões de sacas.
Além da queda nas exportações, produtores de café também têm enfrentado uma piora na relação de troca, pressionada pela valorização dos fertilizantes e pela desvalorização do grão. Em julho, foram necessárias 1,6 sacas de café para adquirir uma tonelada do fertilizante 20-05-20 - um aumento de 35% desde janeiro e de 10% em relação a junho. Ainda assim, o índice segue levemente mais favorável que no mesmo período de 2024, quando eram necessárias 1,7 sacas.
Outro ponto de atenção para o setor é a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro. Antes da medida, os preços do café arábica e do conilon no Brasil acumulavam quedas de 25% e 47%, respectivamente, influenciados pelas boas expectativas de colheita no Brasil e no Vietnã.
O anúncio da tarifa aumentou a volatilidade no mercado, com expectativa de redirecionamento da demanda para outras origens. Até o momento, não foram registrados cancelamentos de contratos nem novas compras pelos norte-americanos, e o mercado segue cauteloso, aguardando definições. Para Morya, os impactos de longo prazo dependerão da implementação e duração da medida, que pode influenciar o comércio global e afetar produtores, exportadores e consumidores.
Apesar de chuvas acima da média em junho em algumas regiões - fator atípico para o período seco -, a colheita avança de forma positiva. Estimativas privadas indicam que mais de 50% do arábica e mais de 90% do conilon já foram colhidos.
No entanto, há relatos de problemas no rendimento do café arábica, especialmente na conversão de litros de café cereja para sacas beneficiadas. Segundo Guilherme, esse cenário já era esperado e reflete a escassez de chuvas registrada em fevereiro.
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