Ex-funcionário da Embrapa está desaparecido há 21 dias

Toda vez que o telefone toca na casa de Laudemir Ortiz (o sr. Lau, como é conhecido), a família corre para atender e ouvir uma boa notícia: a de que ele foi encontrado, mas este telefonema ainda não chegou e a cada dia que passa o desespero aumenta. Na Embrapa, os funcionários estão sensibilizados com seu desaparecimento no dia 23 de setembro.

Ninguém perdeu a esperança de reencontrar o Sr. Lau, motorista que trabalhou 30 anos na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS, e que conduzia diariamente para a empresa mais de 40 empregados e estagiários no ônibus que dirigia, sem nunca ter colocado nenhuma vida em risco. “Ele levava os funcionários com segurança. Era calmo, atento no trânsito, estava sempre de bom humor e era amigo de todos”, diz o presidente do SINPAF – (sindicato dos empregados da Embrapa), Vanderlei Silva, que está ajudando nas buscas junto com a família e a polícia.

Desde o seu sumiço súbito, diligências já foram feitas na cidade, principalmente na região de Terenos, onde supostamente ele teria sido visto, no entanto, sem sucesso.

O empenho da direção da Embrapa Gado de Corte em ajudar a família do seu ex-motorista é grande, tendo autorizado a saída de automóveis e funcionários para ajudar nas buscas comandadas por investigadores da 7ª Delegacia de Polícia no Jardim Imá, bairro onde mora Laudenir Ortiz de 60 anos. “A Embrapa é solidária com seus empregados e vamos continuar empenhados na ajuda à família. Estamos confiantes no trabalho da polícia”, declara Rafael Alves, chefe-Geral da Embrapa.

O grande problema do desaparecimento do sr. Lau é a falta de pistas concretas, avaliam amigos. A polícia civil investiga o caso e tem como aliada a família e os amigos da Embrapa. O sr. Lau foi visto pela última vez no dia 23 de setembro, depois que deixava uma oficina mecânica. Ele saiu do local de manhã em direção à Av. Julio de Castilho, próximo ao bairro Jardim Imá. Ele trajava calça jeans, camisa pólo branca e tênis preto. No bolso carregava apenas sua carteira de identidade e 10 reais.

Amigos e familiares realizam manifestação nesta quinta

Amigos da Embrapa e parentes do sr. Lau vão se reunir nesta 5ª-feira (15/10), em frente à 7ª DP (Rua Fortaleza -esquina com Rua Belo Horizonte- Jardim Imá) com faixas e cartazes pedindo à justiça um posicionamento de quem vai assumir oficialmente o caso e apresentar um parecer em relação às investigações. “O caso está na divisão de homicídios na CEPOL, mas nós queremos que a 7ª DP assuma o oficialmente o caso, uma vez que eles possuem todas as informações e desde o início nos apóia, especialmente a investigadora Maria Campos, que realiza um bom trabalho”, diz Flavio Ortiz, 26 anos, filho caçula do sr. Lau.

A delegacia e os familiares estão sempre em contato com novas informações que possam ajudar nos trabalhos. A investigadora atende os parentes e tenta acalmá-los, pois a aflição e o desespero tomaram conta da família. A esposa está em estado de choque, o filho está sem dormir direito desde o dia do desaparecimento do pai. Além da polícia, amigos tentam amenizar a angústia da família transmitindo conforto e otimismo com igual propósito de localizar o Laudemir, que não possuía inimigos, não bebia e nem fazia uso de medicamento controlado. Tinha uma vida financeira estável, era tranqüilo, vivia bem com a esposa e filhos, e não havia qualquer desentendimento familiar que pudesse ocasionar seu desaparecimento súbito.

Desaparecido

Laudemir Ortiz, 60 anos, dois filhos e dois netos. Empregado da Embrapa há 30 anos. Desligou-se da empresa ha três meses por conta de um plano de demissão incentivada. Morador de Campo Grande, MS, bairro Jardim Imá. Saiu de sua casa na Rua Belém, às 8h30, para visitar um amigo a quatro quadras de distância e não o encontrou. Foi visto pela última vez seguindo em direção à Av. Julio de Castilho, em Campo Grande, MS. O Boletim de Ocorrência (BO Nº 9003/2009) foi registrado no mesmo dia, às 16 horas.

Informações que possam ajudar nas investigações ligar para os telefones: (67) 3363-0111, 3363-8554 e 9989-0778. Falar com a investigadora policial Maria Campos.

Eliana Cezar Silveira

Embrapa

/ (67) 3368-2142