Evento internacional discute disposição de biossólidos

08.10.2010 | 20:59 (UTC -3)

Pesquisadores nacionais e estrangeiros vão apresentar as principais novidades sobre o assunto e dar recomendações quanto ao emprego do resíduo no VII Simpósio Interamericano de Biossólidos (VII SIBIO), a ser realizado de 26 a 28 de outubro de 2010 no Instituto Agronômico – IAC (Campinas, SP). Além de uma visão geral sobre a disposição de biossólidos (lodo de esgoto), serão discutidos também temas específicos como Sistemas de Tratamento; Legislação, Uso Agrícola e novas opções de disposição.

 

O evento, que é uma promoção conjunta do IAC, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES pretende ser um fórum de debates, discussões, troca de informações e de conhecimento sobre tecnologias modernas e inovadoras no processo de tratamento de lodos gerados nas estações de tratamento de esgotos (ETE) domésticos e industriais.

 

Todos os palestrantes internacionais estão confirmados. São eles: Blanca E. Jimenez Cisneros, professora do Instituto de Ingenieria da Universidade Nacional Autonoma de Mexico; Harry A.J. Hoitink, professor Emérito da Ohio State University; Rattan Lal, diretor do College of Environmental and Natural Resources/Ohio State University; Marck Meckes, cientista senior da área de microbiologia da EPA – US Environmental Protection Agency e T.C. Granato do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Metropolitan Water Reclamation Districit of Greater de Chicago (EUA), que falará sobre a disposição de biossólido proveniente da maior ETE dos Estados Unidos.

 

Dentre os palestrantes nacionais estão Márcia Regina Pereira Lima do Instituto Federal do Espírito Santo; Cleverson Andreoli do Centro Universitário – UNIFAE; José Maria de Oliveira da Copasa (Belo Horizonte, MG); Américo Sampaio da Sabesp (SP); Carlos Eduardo da Caesb (Brasília. DF) e Simone Bitencourt da Sanepar (PR). Todos vão participar no dia 27 da mesa-redonda sobre disposição de lodo de esgoto no Brasil.

 

Pesquisas com o uso agrícola de biossólido

 

O biossólido ou lodo de esgoto é a parte sólida, rica em nutrientes e matéria orgânica, que resulta do tratamento de esgotos. Além de colaborar com a despoluição dos rios e outros corpos hídricos, a utilização agrícola do lodo de esgoto é uma alternativa mais adequada do que os aterros sanitários, incineração e as fazendas de lodo (proibidos há 20 anos). De acordo com os pesquisadores, o Brasil pode economizar US$ 500 milhões anuais com a reciclagem de nutrientes pela utilização lodo de esgoto na agricultura.

 

O valor agronômico do lodo de esgoto é inquestionável quando ele apresenta características adequadas em relação ao padrão de nutrientes, poluentes e patógenos humanos. As pesquisas dão conta de que o lodo de esgoto tem todos os nutrientes exigidos pelas plantas e possui alto teor de matéria orgânica. Atua como condicionador do solo melhorando a sua estrutura. Esse resíduo, portanto, apresenta potencial econômico. A sua utilização, desde que adequada e dentro das normas estabelecidas pelos órgãos ambientais, pode trazer benefício ao ambiente. No entanto, os estudos em torno da avaliação do impacto ambiental de sua utilização ainda devem demorar alguns anos.

 

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Wagner Bettiol, que também faz parte da comissão organizadora do VII SIBIO, juntamente com Adriana Pires, lembra que o uso do lodo de esgoto como adubo agrícola representa ganhos econômicos e ambientais. “Uma das vantagens é que o custo de transporte e aplicação do lodo na agricultura é menor do que o de sua disposição em aterros ou a sua incineração, que são os caminhos mais adotados na atualidade no Brasil”, informa ele. Na área das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde está a região de Campinas, são tratados somente 16% dos esgotos urbanos.

 

Outra vantagem econômica é que o custo do lodo com adubo é menor do que o emprego de adubos minerais. “Em termos ambientais, o uso do lodo implica inicialmente que houve coleta e tratamento do esgoto urbano, medida essencial para a recuperação e preservação dos nossos rios”, enfatiza o pesquisador. O uso do lodo de esgoto como adubo é estudado por um conjunto de instituições brasileiras, incluindo a Embrapa Meio Ambiente e o IAC.

 

Em Jaguariúna, a Embrapa estuda os impactos ambientais do lodo de esgoto desde 1998, além de avaliar o seu efeito como condicionador de solo e fertilizante e na recuperação de áreas degradadas.

 

Mais informações no site do evento pelo link em http://www.infobibos.com/sibio/index.html

 

Eliana Lima

Embrapa Meio Ambiente

elima@cnpma.embrapa.br

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