​Evento em Jundiaí (SP) defende a preservação do Centro de Engenharia e Automação do IAC, em alienação pelo Estado

Encontro no Sindicato dos Metalúrgicos, nesta quinta-feira, reunirá autoridades, lideranças políticas, agricultores e entidades de defesa do meio ambiente

24.01.2017 | 21:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

O Núcleo de Estudos Adamastor Fernandes promove nesta quinta-feira (26), no Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí (SP), o encontro Diálogo e Conexões com o Debate, com o tema O Caso CEA-IAC e a Preservação Ambiental. O evento será aberto às 19h00, com apresentações dos professores-doutores Janes Jorge e Felipe Bueno Crispim. Jorge atua no Departamento de História da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, e Crispim no programa de pós-graduação em História da mesma universidade.

Os pesquisadores Hamilton Ramos e Joaquim Azevedo Filho irão representar no evento os cientistas que atuam no Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico. A área, dedicada a pesquisas agrícolas, foi fundada em 1969 e está classificada como “inservível” ou de “pouca serventia” pela APTA, a agência do Governo do Estado de São Paulo voltada ao agronegócio. Junto a outros centros de pesquisas, o CEA foi disponibilizado para venda pelo Projeto de Lei 328, aprovado no apagar das luzes de 2016 pela Assembleia Legislativa.

De acordo com o presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), Joaquim Azevedo Filho, que também discursará no evento desta quinta, a preservação da área do CEA “é fundamental para a continuidade de importantes linhas de pesquisas”.

Para o pesquisador científico Hamilton Ramos, coordenador de diversos projetos liderados pelo CEA, sendo a maior parte destes financiada com recursos privados, o objetivo da Associação e dos profissionais que atuam no centro de pesquisas de Jundiaí é restabelecer o diálogo com o Governo de São Paulo, e convencer o governador Geraldo Alckmin da importância do trabalho que é realizado na cidade para atender aos agricultores da região.

“Nos últimos dois anos, cerca de 80% dos recursos injetados no CEA vieram de organizações privadas, e os 20% restantes do Governo do Estado. Nosso objetivo não é brigar com o governador nem com a Secretaria de Agricultura, mas demonstrar que é possível dispor de parte de uma área do centro e manter aquelas que estão sendo utilizadas em pesquisas consideradas estratégicas para o Estado de São Paulo e o Brasil”, frisa Ramos.

Segundo o pesquisador, a Lei que regulamenta o PL 328 abre a possibilidade de manutenção de parte da área hoje ocupada pelo CEA. Ramos lembra que o parecer de número 1330, da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, estabelece em seu artigo 5º o seguinte: As alienações de que trata esta Lei poderão ter como objeto frações territoriais dos imóveis, de sorte a preservar as atividades públicas em funcionamento (...)”

Quando candidato ao cargo, o atual prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, então deputado estadual, manifestou-se favoravelmente à manutenção do CEA/IAC em funcionamento. No mês de junho de 2016, durante um evento realizado no centro de pesquisas, Machado declarou apoio público ao trabalho dos pesquisadores. “O CEA é motivo de orgulho na cidade e na região”, ressaltou ele naquela ocasião.

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