Evento avalia safra de trigo e triticale

19.07.2011 | 20:59 (UTC -3)
Sílvia Zoche Borges

Segundo projeção realizada em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a triticultura brasileira deve produzir em 2011 cerca de 5,3 milhões de toneladas em uma área de aproximadamente 2 milhões de hectares, com rendimento médio de 2,6 toneladas por hectares. Esses dados revelam uma possível redução de 11,8% na produtividade em relação à safra de 2010, em função da estiagem de maio. Nesse levantamento ainda não foram inclusas as possíveis perdas devido às geadas de junho de 2011.

Atualmente, o Paraná é o maior produtor nacional de trigo, com 51,8% na produção. O segundo maior produtor de trigo do Brasil é o Rio Grande do Sul, com 37,3%. Em seguida observa-se Santa Catarina, com 4,18%; São Paulo, com 1,62%; Minas Gerais, com 1,54%; Mato Grosso do Sul, com 1,04% e Goiás com 0,91%.

No Paraná, apesar da redução de 18,5% da produção em relação a 2010, espera-se que a colheita seja de 2,8 milhões de toneladas de grãos de trigo, em uma área plantada de 1 milhão de hectares. No Rio Grande do Sul, a previsão é de que a produção seja 10,2% maior do que em 2010, com cerca de dois milhões de toneladas de grãos, em uma área de 841 mil hectares. Já em Mato Grosso do Sul, a previsão é de redução em 25,9% na produção em 2011, devido a diminuição da área plantada. Assim, estima-se que a safra de trigo no Estado, em 2011, seja de 55 mil toneladas, em uma área de 31,6 mil hectares.

O Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste e presidente da comissão organizadora do V RCBPTT, Claudio Lazzarotto, explica que o cultivo de trigo fortalece os sistemas de produção, por ser uma espécie própria de outono-inverno, capaz de reciclar os nutrientes do solo, colaborando no controle de pragas e doenças na rotação de culturas. Outra vantagem do trigo é que pode ser semeado em abril, proporcionando maior tranquilidade para o cultivo da soja. Além disso, o cultivo de trigo pode contribuir com a redução dos custos na produção das culturas de verão, aumento da oferta de emprego no campo e melhoria na renda dos produtores.

Entretanto, entre os grandes desafios para a triticultura brasileira está a competitividade do trigo importado, incidência de doenças como a brusone, giberela e a ferrugem da folha, além da instabilidade na qualidade industrial.

Diante desse cenário, profissionais da pesquisa, da extensão rural, da assistência técnica, entre outros segmentos das cadeias produtivas de cereais de inverno, estarão reunidos na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, MS, de 25 a 28 de julho, para avaliar a triticultura nacional e estabelecer as orientações técnicas para o cultivo no país. A V Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (V RCBPTT), será realizada pela Embrapa Trigo e Embrapa Agropecuária Oeste e conta com patrocínio da BASF, Syngenta e Grupo Dallas.

O Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Roberto Dotto, destaca a relevância das reuniões de pesquisa, que são palco de debates e nivelamento de informações sobre as culturas de inverno. “A reunião de centenas de pesquisadores, especialistas para identificar diferentes áreas e dificuldades que afetam o trigo e o triticale, garante segurança ao produtor e aos técnicos que vão aplicar as orientações no campo. O conhecimento tem sido o mais importante insumo no trigo e as reuniões têm o papel de agregar os resultados da pesquisa para disponibilizar informações ao setor produtivo de forma organizada e com base em tecnologias validadas", disse ele.

Assessoria de Imprensa

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