Etiópia quer fortalecer cooperação com a Embrapa

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Embrapa, recebeu nesta quarta-feira (29) pela manhã a visita do Embaixador da Etiópia no Brasil, Wuletaw Hailemariam, e do diretor-geral do Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola, Solomon Assefa, acompanhados de uma comitiva de pesquisadores e representantes diplomáticos. O objetivo é fortalecer a cooperação com a Embrapa, com foco na transferência de tecnologias que possam modernizar e aumentar a produtividade da agricultura daquele país.

A agricultura é o carro chefe da economia etíope e responde por cerca de 90% do PIB. Mais de 80% da população do país, que hoje é superior a 80 milhões de pessoas (segunda maior da África), sobrevivem da agricultura. Mas, segundo Assefa, praticamente todos esses agricultores produzem em pequenas propriedades de aproximadamente um hectare cada uma. Além disso, as técnicas agrícolas são arcaicas e, portanto, a produção é, em grande parte, limitada à subsistência.

“Não queremos reinventar a roda, pois não temos tempo para isso. Precisamos de soluções rápidas e práticas para melhorar a situação de subdesenvolvimento e fome, em que se encontra a maior parte da população hoje”, afirma o diretor-geral do Instituto, lembrando que o fortalecimento da cooperação com a Embrapa é o caminho para fazer com que as tecnologias cheguem às lavouras etíopes.

Segundo ele, já havia uma cooperação entre a Embrapa e o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola, mas precisava ser incrementada. A partir dessa visita ao Brasil, na qual além da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a comitiva vai visitar também a Embrapa Cerrados e a Embrapa Hortaliças, em Brasília, DF, a Embrapa Semiárido (Petrolina, PE) e a Embrapa Arroz de Feijão (Goiânia, GO), Assefa pretende definir questões práticas referentes à adaptação de tecnologias da Embrapa para a Etiópia, especialmente para as culturas de soja, trigo, feijão, frutas e hortaliças, além de práticas em prol do desenvolvimento da pecuária.

“O clima da Etiópia é essencialmente tropical assim como o do Brasil”, explica o diretor-geral, lembrando que isso torna mais fácil a transferência e adaptação das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para aquele país.

Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a comitiva foi recebida pelos pesquisadores Marcos Gimenes e Francisco Ricardo Ferreira e o assunto discutido foi principalmente o intercâmbio de culturas vegetais entre o Brasil e a Etiópia.