O Observatório ABC acaba de lançar dois estudos que fazem um importante alerta à estratégia brasileira de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e a região Sul é destaque. Segundo o estudo “Impactos Econômicos e Ambientais do Plano ABC”, se continuar considerando a estratégia de recuperação de pastagens degradadas com “livre alocação” conforme oportunidade econômica e vantagens de produção e conhecimento de cada região pelos produtores, a região Sul teria um dos maiores níveis de adoção dos recursos destinados para recuperação de pastagens, sendo responsáveis pelo cumprimento de mais da metade da meta em área, com 3,9 Milhões de hectares (Mha). Segundo o estudo “Análise dos Recursos do Programa ABC”, a região Sul contratou na última safra (2016-17), 14,1% dos recursos do Programa para Agricultura de Baixo Carbono. Neste caso, o resultado seria um ganho de R$ 41,19 de consumo adicional por habitante no período.
Estes estudos apontam os caminhos para o Brasil alavancar suas ações para agricultura de baixo carbono e alcançar as metas de recuperação de 15 milhões de hectares (Mha) de pastagens degradadas e a expansão do sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) em 4Mha.
“Os estudos comprovaram que é possível atingir as metas do Plano ABC com desembolsos menores que o previsto, mas o Brasil precisa ajustar o modo como vem lidando com suas estratégias de atuação”, afirma Angelo Gurgel, coordenador do Observatório ABC.
O estudo “Impactos Econômicos e Ambientais do Plano ABC” ainda constatou que independentemente de a alocação dos recursos ser direcionada ou não para as áreas prioritárias, o Plano ABC tende a proporcionar maior especialização da região Sul na produção de culturas.