Estudo revela maior suscetibilidade de machos do ácaro-vermelho a acaricidas

Pesquisa aponta diferenças sexuais de "Tetranychus cinnabarinus" na resistência ao tratamento com acaricidas

01.09.2024 | 16:48 (UTC -3)
Revista Cultivar

Estudo recente investigou as diferenças na suscetibilidade a acaricidas entre os sexos do ácaro-vermelho (Tetranychus cinnabarinus). Este ácaro é uma praga agrícola significativa, com ampla gama de hospedeiros, incluindo culturas, vegetais e flores. A pesquisa mostrou que os machos são mais suscetíveis aos acaricidas do que as fêmeas, com variações de até seis vezes na concentração letal necessária para eliminar 50% dos indivíduos (LC50).

A equipe de pesquisadores realizou bioensaios de laboratório comparando a suscetibilidade de fêmeas e machos a sete acaricidas diferentes. Os resultados indicaram que, para todos os produtos testados, os machos apresentaram maior suscetibilidade do que as fêmeas. As diferenças nas LC50 entre os sexos variaram de 2,04 a 6,05 vezes.

Além da suscetibilidade, o estudo avaliou a área de superfície específica, a estrutura da cutícula e a taxa de penetração dos acaricidas. As fêmeas apresentaram uma área de superfície significativamente maior (1,87 vezes) e peso superior (4,67 vezes) em comparação aos machos. No entanto, a área de superfície específica dos machos foi 2,61 vezes maior do que a das fêmeas, o que sugere uma maior exposição dos machos aos acaricidas.

A análise da estrutura da cutícula não mostrou diferenças significativas entre os sexos, embora a espessura da cutícula das fêmeas fosse 1,63 vezes maior do que a dos machos. A taxa de penetração dos acaricidas nos machos foi significativamente maior, especialmente nos casos dos acaricidas pyridaben e cyflumetofen.

O estudo também explorou os mecanismos bioquímicos envolvidos na suscetibilidade sexual, realizando experimentos de sinergismo e ensaios bioquímicos. As fêmeas apresentaram atividades enzimáticas significativamente maiores para as monooxigenases do citocromo P450, glutationa-S-transferase (GSTs) e carboxilesterase (CarEs), indicando um papel importante dessas enzimas na maior resistência das fêmeas aos acaricidas.

Os resultados sugerem que fatores como o tamanho individual, a espessura da cutícula e a atividade enzimática de detoxificação influenciam a suscetibilidade dos sexos ao tratamento com acaricidas. Este estudo destaca a importância de considerar as diferenças sexuais na gestão da resistência de T. cinnabarinus, sugerindo que a inclusão de machos nas avaliações de resistência pode fornecer uma visão mais completa sobre a evolução da resistência a acaricidas.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1016/j.pestbp.2024.106112

Atividade enzimática em fêmeas e machos de <i>T. cinnabarinus.</i>
Atividade enzimática em fêmeas e machos de T. cinnabarinus.

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