Fiscais autuam 17 produtores por uso de agrotóxico ilegal no Paraná
Conhecida também como faveira, favela, falso-barbatimão, farinheiro, a fava-d’anta (/Dimorphandra mollis /Benth.), tem alto valor econômico, devido, principalmente, à rutina, muito usada na fabricação de fármacos e de cosméticos. Por causa da grande exploração do Cerrado, à falta de informação dos extrativistas e à pressão do mercado, é possível verificar uma redução da população da espécie em seus locais de ocorrência no Norte de Minas. Esse é o tema da dissertação de Josefina Dorotéa Nunes, que foi defendida na última sexta-feira, dia 8, dentro do programa de mestrado em Ciências Agrárias do ICA.
A pesquisa foi dividida em três etapas: 1) avaliação da realidade dos extrativistas e comerciantes locais envolvidos na cadeia produtiva da espécie; 2) análise do impacto do manejo em áreas de coleta de fava-d'anta ao longo de cinco anos, e 3) estudo da anatomia e histoquímica de folhas da espécie.
No primeiro estudo foram entrevistados comerciantes e coletores da fava-d’anta em oito municípios do Norte de Minas. Como resultado principal observou-se que a planta contribui pouco na renda dos coletores, e estes mal sabem qual o destino ou uso dos frutos coletados.
Foi constatado ainda que a coleta da fava-d’anta, assim como alguns outros produtos do extrativismo, é alternativa de renda para os trabalhadores rurais, mas a renda da atividade não gera desenvolvimento na região. Segundo Josefina, isso acontece “porque grande parte do lucro vai para as indústrias farmacêuticas. Estas indústrias não investem na formação do extrativista, conscientizando da forma correta de coleta dos frutos, nem da importância da preservação de espécies como a fava-d’anta”.
O segundo estudo realizado indicou que a estratégia de manejo utilizada, ou seja, “deixar os frutos presentes em um corimbo por árvore ao longo de todo o período”, além de realizar a coleta sempre com podão, evitando quebra de galhos”, permitiu que fosse mantida a estrutura da população original, ou seja, indivíduos jovens e adultos. Mas foi observada tendência de decréscimo na freqüência de indivíduos jovens, o que pode ser preocupante em longo prazo.
Na análise da morfologia foliar foram detectados caracteres que permitem a identificação da espécie, além de localizar na estrutura foliar a ocorrência de flavonoides.
Fonte: Assessoria de Imprensa Cedecom/UFMG
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