Estudo apura movimentação de mercado de nutrição para soja

Levantamento analisou segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base e cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes via semente e foliares

14.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A Spark Inteligência Estratégica concluiu o primeiro levantamento “Painel” do Brasil sobre o mercado de fertilizantes especiais para nutrição da soja. Conforme a Spark, os dados, resultantes de quase 2,5 mil entrevistas, apontaram que insumos do gênero movimentaram mais de US$ 7,8 bilhões na safra 2019-20.

De acordo com a engenheira agrônoma Izabela da Silveira Cardoso, coordenadora de projetos da Spark, o levantamento BIP Nutrição Soja abrange os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base e cobertura, inoculantes, bioestimulantes e também os fertilizantes especiais utilizados via semente e aplicações foliares. A pesquisa investigou ainda indicadores de adesão do sojicultor a produtos, empresas ‘players’ do setor e o conhecimento de produtores quanto a fabricantes e marcas comerciais.

Conforme Izabela, os produtos para adubação de base e cobertura ocupam a maior fatia do mercado de nutrição da soja, com 81% de participação e US$ 6,392 bilhões em vendas. Ela acrescenta que em torno de 18% da comercialização, ou cerca de US$ 1,4 bilhão, estão hoje divididos, proporcionalmente, entre o segmento de corretivos e condicionadores de solo e o de adubação via semente e foliares, que inclui os bioestimulantes. Já os inoculantes fecham a relação, com 1% de participação (US$ 54 milhões).

Em volume, aponta a Spark, os sojicultores entrevistados demandaram mais de 64 milhões de toneladas para nutrição da soja na safra 2019-20, sendo 48,4 milhões de toneladas de produtos para correção e condicionamento de solo, 15,8 milhões de toneladas de fertilizantes de base e cobertura, 84,3 mil toneladas de fertilizantes foliares e de tratamento de sementes e 4,8 mil toneladas de inoculantes. 

De acordo com a consultoria, a adoção aos tratamentos atingiu 100% dos produtores. “Ao menos uma operação voltada para o manejo nutricional foi realizada por produtores da oleaginosa”, reforça Izabela. Segundo ela, o investimento médio em nutrição ficou em US$ 223 por hectare.

Izabela Cardoso acrescenta ainda que a maior taxa de adesão registrada no estudo está relacionada aos fertilizantes para base e cobertura, com 100% de adoção. Em seguida, aparecem fertilizantes e bioestimulantes via semente e foliares (96%) e os inoculantes (82%). “A utilização de fertilizantes especiais via tratamento de semente e foliar, somada aos manejos de correção e adubação de solo, são práticas indispensáveis para a obtenção de altas produtividades no cultivo da soja”, resume a agrônoma.

No tocante a fabricantes e marcas comerciais, segundo Izabela Cardoso, foram mencionados na pesquisa mais de 200 empresas e 1,9 mil produtos. “Estes números refletem um mercado pulverizado. O desconhecimento do sojicultor ante marcas comerciais também é elevado, sobretudo na área de fertilizantes foliares”, afirma ela. “Este cenário antecipa a necessidade de investimentos por parte de empresas do setor que buscam fidelizar o sojicultor brasileiro.”

A pesquisa da Spark percorreu praticamente toda a fronteira agrícola da oleaginosa, incluindo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e a região do MAPITOBA.

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