Estratégias para evitar entrada de praga perniciosa da citricultura na Bahia são debatidas na III CNDA

27.04.2012 | 20:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Uma eventual entrada da praga huanglongbing (HLB) na citricultura baiana causaria reflexos pelos próximos 20 anos, podendo alcançar prejuízos da ordem de R$ 1,8 bilhão, caso não sejam adotadas medidas recomendadas de prevenção e controle do trânsito de material propagativo (mudas). Os dados sobre o HLB, uma das pragas mais destrutivas que afetam a cultura dos citros, e mais conhecida como greening, foram apresentados nesta quinta-feira (26) durante a III Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária, que acontece até esta sexta-feira (27) no Centro de Convenções de Salvador e organizada pela Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) e Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

O estudo foi feito pelo engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), José Mário Carvalhal, que vai defender sua dissertação de mestrado sobre o tema no próximo dia 30 de maio. Carvalhal trouxe para o evento reflexões e estatísticas sobre os impactos econômicos e sociais causados por uma introdução da praga na Bahia, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional na produção de citros e é responsável por 5,5% da produção de laranja do país.

A Bahia ostenta a condição de “Área Livre de HLB” e, por isto mesmo, possui um Plano de Contingenciamento do HLB, estabelecendo estratégias para manter os pomares baianos livres da praga. “Vale ressaltar que 80% da produção de citros do Estado vem da agricultura familiar e, portanto, os efeitos sociais da introdução do greening em território baiano seriam devastadores”, alerta Carvalhal, lembrando que os esforços para implementar ações de defesa fitossanitária, em casos como esse, precisam ser redobrados para impedir prejuízos futuros, principalmente no Recôncavo Baiano, e Litoral Norte, importantes polos produtores.

“A condição de fitossanidade da cultura dos citros na Bahia desperta o interesse de investidores no Estado, face às vantagens competitivas da citricultura local. O Estado dispõe de vasta área territorial adequada à implantação de novas áreas”, acrescenta Suely Brito, Fiscal Estadual Agropecuária da Adab e Coordenadora do Programa Fitossanitário dos Citros. “Assim, para salvaguardar a cadeia produtiva dos citros, faz-se necessário compreender a dinâmica populacional dos vetores da praga, as condições ecológicas e ambientais, bem como estar sempre alerta para as possibilidades de entrada da praga nos pomares baianos”, enfatiza a coordenadora, ressaltando que defesa agropecuária se faz principalmente na ausência de pragas e doenças.

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