Estratégias ajudam a popularizar a Xiquexique

A cultivar de feijão-caupi BRS Xiquexique, desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI), está passando por um amplo trabalho de transferência de tecnologia para poder chegar aos produtores e consumidores.

De acordo com a empresa, a Xiquexique tem maiores teores de ferro e zinco, micronutrientes que ajudam a combater a anemia e conferem maior resistência ao organismo. Essa pesquisa será um dos destaques na III Reunião Anual da Biofortificação no Brasil (

), de 31 de maio a 5 de junho em Aracaju, Sergipe.

A Xiquexique tem em média de 77 mg/kg (77 ppm) de teor de ferro e produz até 750kg por hectare em condição de sequeiro e quase 2 toneladas/ha em sistema irrigado. A melhor linhagem do Internacional Institute of Tropical Agriculture (IITA), referência mundial em feijão-caupi com sede na Nigéria (África), chega a 71 ppm de teor de ferro.

No Maranhão, um dos Estados escolhidos em virtude do alto índice de desnutrição infantil conforme o último IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), sementes da Xiquexique estão sendo multiplicadas no município de Arari para que possam ser distribuídas a agricultores da região e também fornecido às escolas, creches e hospitais. “Estamos avaliando a possibilidade de montarmos hortas escolares com alimentos que apresentam maiores teores de ferro, zinco e betacaroteno (pró-vitamina A) como forma de popularizar as novas cultivares e facilitar o acesso a esses produtos”, explicou Adelana Santos, que faz parte da equipe coordenada pelo pesquisador Maurisrael de Moura Rocha, da Embrapa Meio-Norte.

A Xiquexique também chegou ao Sergipe onde estratégias similares estão sendo implantadas como a instalação de unidades de observação em comunidades rurais e o envolvimento de escolas e creches no projeto.

De acordo com Maurisrael Rocha, a equipe também tem investido na elaboração de artigos científicos, folders, comunicados técnicos, participado de feiras e exposições e organizado dias de campo e palestras.

BRS Xiquexique - É uma planta de porte semi-prostrado, ramos relativamente consistentes, os quais contribuem para a resistência ao acamamento. Tem vagens secas amarelo-avermelhadas, grãos brancos, arredondados, tegumento liso, sem brilho e com anel do hilo marrom claro, que se enquadram na subclasse comercial branco. Ela tem cozimento rápido, é bastante palatável e atende ao padrão de preferência de grande faixa de consumidores das regiões Norte e Nordeste.

É um feijão de bom nível de resistência às doenças, principalmente aos vírus. Exige menos uso de defensivos agrícolas, o que colabora para evitar os ricos de contaminação dos produtores e do meio ambiente.

A cultivar é resultado do programa de biofortificação de alimentos básicos que, no Brasil, é coordenado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), e tem o objetivo de combater a desnutrição nas camadas mais pobres da população.

Biofortificação – Cerca de 200 pesquisadores do Brasil e do exterior estarão em Sergipe para III Reunião Anual da Biofortificação que discutirá os resultados obtidos até agora com mandioca, arroz, feijão, milho, trigo, feijão caupi e batata-doce, bem como, as estratégias para que esses materiais cheguem até os produtores rurais e consumidores. O evento é organizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Tabuleiros Costeiros, com parceria dos programas HarvestPlus e AgroSalud e apoio das empresas Monsanto, Nestlé, Pepsico e Halotek Fadel.

Eugênia Ribeiro

Embrapa Meio-Norte

/ 86 3214-4003