Estradas em boas condições facilitam escoamento da produção agrícola familiar

16.08.2012 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Comunicação Social

Agricultores familiares de municípios que receberam as primeiras retroescavadeiras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) contam agora com estradas vicinais em melhores condições para escoar seus produtos. Até o primeiro semestre deste ano, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) entregou 1.275 máquinas a 1.299 municípios, beneficiando mais de 60 milhões de pessoas. “Havia uma grande necessidade de recuperar as estradas. Áreas ficavam alagadas quando chovia e o acesso a algumas propriedades impossibilitado. Com a chegada do equipamento, o tempo de transporte diminui e qualquer veículo entra nas propriedades sem dificuldade”, relata o agricultor familiar Antônio Redondo, 59 anos, morador de Trindade do Sul, a cerca de 400 quilômetros de Porto Alegre (RS).

O primeiro lote de retroescavadeiras foi entregue ainda em dezembro do ano passado, pela presidenta Dilma Rousseff, quando 126 municípios do Rio Grande do Sul foram contemplados com 114 máquinas. Antônio conta que os benefícios da doação são ainda maiores para produtores de laticínios, como é o caso dele. “O caminhão que busca o leite nas unidades não tem resfriamento, ele apenas mantém a temperatura do produto. Então, quanto menos tempo o leite levar para chegar à cooperativa para ser pasteurizado, melhor será a qualidade dele. Em estradas em boas condições o transporte é mais ágil”, exemplifica. Segundo o agricultor, a mudança na estrutura das vias, a partir do uso da retroescavadeira, é visível. “Algumas estradas foram reabertas, outras ampliadas”, comenta.

Antônio criou seus quatro filhos com recursos provenientes da atividade agrícola. Atualmente, ele integra o Movimento do Pequeno Agricultor de Trindade do Sul (MPA). Em uma área de 8,5 hectares, planta milho, soja e cria gado e suínos. “O nosso sustento vem mesmo é da venda do leite”, assegura. A agricultura garante à família de Antônio uma renda mensal de R$ 1,5 mil.

As estradas vicinais de Jaguarão, município gaúcho localizado no extremo sul do país, também estão mais acessíveis, diz a agricultora Claudete Ferreira Dutra Moraes, 42 anos, da Comunidade de Charqueadas. “Além de melhorá-las, as máquinas são usadas para abrir açudes, o que ajuda a enfrentar a seca. A água armazenada é utilizada nas plantações e serve para matar a sede dos animais”, relata. Claudete, que é filha de agricultores, mora com a família em uma área de sete hectares adquirida por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), coordenado pelo MDA.

Gerente de laticínios da Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar), em São Lourenço do Sul/RS, Fábio Bender afirma que com a chegada da retroescavadeira ao município, localizado a 200 quilômetros de Porto Alegre, os reparos nas estradas vicinais passaram a ser feitos com maior regularidade. “Antes, demorava muito para fazer a recuperação. Agora, chove e o reparo ocorre em seguida”, explica.

A cooperativa para qual Fábio trabalha conta com 2,8 mil cooperados. Destes, 500 são produtores de leite, inclusive ele. A venda do alimento, de acordo com o gerente, é responsável por 40% do faturamento da Coopar. “Produzimos, em média, 80 mil litros de leite por dia”, acrescenta. A retirada do produto das unidades produtivas é feita por rotas. Cada rota atende cerca de 50 produtores e demora de cinco a sete horas para ser concluída. “Quando a estrada está ruim, dificulta o acesso do caminhão à propriedade, o que atrapalha a rota em umas duas horas”, conta.

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