Espumantes para brindar aos 40 anos da Embrapa

30.04.2013 | 20:59 (UTC -3)
Giovani Antonio Capra

A Embrapa está completando 40 anos. Foi preparada uma ampla programação, que se estende até abril de 2014, para comemorar o aniversário. Nela, estão previstos, dentre outras ações, os lançamentos de 40 cultivares, de dez softwares e sistemas inteligentes e de nove equipamentos e tecnologias inovadoras e de impacto na agricultura nacional.

A Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), integra-se aos festejos, inicialmente, oferecendo as bebidas com que brindar às quatro décadas da Empresa, uma referência mundial em geração de tecnologia para o setor agropecuário. Tratam-se dos espumantes Extra Brut branco e Pinot Noir rosé brut Embrapa Uva e Vinho, os primeiros elaborados pelo método tradicional (ou Champenoise, em que a segunda fermentação e a maturação ocorrem na própria garrafa) lançados pela unidade. O lançamento aconteceu na noite de quarta-feira da semana passada, 24, na sede da Empresa, em Brasília (DF), na solenidade em comemoração aos 40 anos. Dela participaram, dentre outras autoridades, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, representando a presidente Dilma Rousseff, os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra, recebidos pelo presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Os chefes geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, e adjunto de Pesquisa, Mauro Zanus, representaram a unidade na festividade. Em Bento Gonçalves, em agenda desenvolvida na terça-feira, 23, no centro de pesquisa, foi realizada, à tarde, pré-apresentação dos novos espumantes, a empregados e convidados.

Produzidos por meio de processo diferenciado – o prolongamento da autólise (o tempo de contato entre leveduras e vinho, para torná-lo mais complexo), que foi de 18 meses –, os lançamentos propõem-se a expressar o patamar de qualidade alcançado pelo espumante brasileiro. O Extra Brut branco Embrapa Uva e Vinho foi produzido com 100% de uvas da variedade Vitis vinifera Riesling Itálico ISV1 (sinonímia de Pignoleto), provenientes de Nova Prata, Serra Gaúcha. Evidencia o permanente esforço da unidade de pesquisa no sentido de identificar cultivares de uva aptas à elaboração de produtos superiores. O espumante Pinot Noir rosé brut foi produzido com 100% de uvas da variedade Vitis vinifera Pinot Noir, provenientes de Vacaria, Campos de Cima da Serra (RS). Valoriza, por conta da origem de sua matéria-prima, uma nova região vitícola – os Campos de Cima da Serra.

Os produtos, elaborados no Laboratório de Inovação Enológica (LIE) da Embrapa Uva e Vinho, são encontrados na própria unidade de pesquisa (na Rua Livramento, número 515, em Bento Gonçalves; por telefone, pelo (0xx54) 3455.8088, com Beatriz Rigon), ao custo de R$ 240,00 a caixa com seis unidades.

Outra forma de integração da Embrapa Uva e Vinho às comemorações dos 40 anos se dará com os lançamentos das cultivares de uva de mesa sem sementes BRS Isis e com sementes BRS Núbia, previstos para o segundo semestre.

Desde a criação da Embrapa, em 26 de abril de 1973, o Brasil deixou de ser dependente da importação de alimentos para se transformar em um dos maiores produtores de alimento do mundo. O crescimento da oferta para o mercado interno superou a curva de crescimento da demanda, provocando uma queda de 50% no valor da cesta básica, entre 1975 e 2011.

Essa ‘revolução no campo’ é fruto do trabalho conjunto entre Embrapa, instituições estaduais de pesquisa e extensão, universidades e setor produtivo, que apostou nas tecnologias geradas pela pesquisa. Essas inovações ajudaram a mudar o cenário brasileiro, com incrementos de produção e de produtividade e impulsionando a competitividade, com sustentabilidade.

A produção de grãos, por exemplo, cresceu por volta de 400%, enquanto a área cultivada aumentou cerca de 80%. Em 1972, a safra foi de 30 milhões de toneladas, numa área de 28 milhões de hectares; hoje, a área plantada com grãos no Brasil é da ordem de 50 milhões de hectares e a produção ultrapassou 166 milhões de toneladas. Esses avanços são decorrentes de inovações como o melhoramento genético, que gerou cultivares adaptadas às condições de produção tropicais; a transformação de largas extensões de terras inadequadas à produção, em especial dos cerrados, em solos férteis, aptos para a agricultura; o desenvolvimento de sistemas de produção e sistemas de produção adaptados às diversas regiões do país, com base em técnicas de adubação – em especial a fixação biológica de nitrogênio –, controle de doenças e pragas, rotação de culturas e recuperação de pastagens, entre outras tecnologias.

A adoção de tecnologias na pecuária também proporcionou a modernização do setor, justificando o aumento da produção pelo incremento da produtividade e não pela expansão da área de pastagens. Como resultado, o país ampliou em quatro vezes a produção de carne bovina e triplicou a de carne suína.

Em resumo, o Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agropecuários. Contudo, coloca-se como o maior exportador de café, açúcar, suco de laranja, etanol de cana-de-açúcar, frango e soja; segundo maior exportador de carne bovina e terceiro maior exportador em algodão.

A Embrapa, em cujo quadro atuam 2.427 pesquisadores, 81% deles com doutorado, coordena e integra o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), constituído pelas Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas), por universidades e por institutos de pesquisa de âmbito federal ou estadual e por organizações, públicas e privadas, vinculadas à atividade de pesquisa agropecuária.

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