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Em workshop organizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia, especialistas apresentaram estudos técnicos sobre remineralizadores, insumos usados na fertilização de solos. O evento contou com uma série de palestras e duas mesas redondas. Os trabalhos apresentados abordaram desde o contexto histórico até as expectativas de futuro no mercado e na produção dos insumos.
Extremamente relevante, já que o país depende da importação de cerca de 90% do potássio, 70% do nitrogênio e 50% do fósforo, principais insumos usados para fertilização das lavouras, o SGB desenvolve projetos institucionais em busca de áreas potencialmente fornecedoras de insumos e materiais rochosos para uso como remineralizadores de solo, com pesquisas desenvolvidas em parceria com a Embrapa, que envolvem análises químicas e mineralógicas, em prósperas regiões agrícolas como Tocantins, Goiás e Rio Grande do Sul.
A pesquisadora em Geociências do SGB/CPRM, Andrea Sander, explica que, com o uso de análises tanto químicas quanto mineralógicas, pode-se estimar o comportamento da rocha (e consequentemente do seu pó) como remineralizador; também se torna possível definir rochas com potencial para uso como agromineral. "Como resultado disso, fica viável localizar estas rochas em mapas geológicos, adicionando a rede viária e áreas produtoras/consumidoras, integrando uma série de informações úteis", explicou a geóloga.
Da mesma forma, o professor do Instituto de Geociências da USP, Dr. Fábio de Andrade, reforçou a importância das análises para a ampliação do uso de remineralizadores na agricultura brasileira. Ele aprofundou-se na análise mineralógica, principalmente na análise quantitativa de materiais cristalinos pela técnica de DRX, com refinamento de Rietveld. Sua palestra mostrou a importância dessas análises, que indicam se os produtos podem ser utilizados como remineralizadores ou se, quando adicionados ao solo, podem ser ineficazes ou até causar algum efeito negativo. Uma portaria de 2016 do Ministério da Agricultura veda a produção, importação e comercialização de remineralizadores contendo determinados elementos.
Além de benefícios econômicos e de reaproveitamento de subprodutos da mineração, os remineralizadores podem contribuir com a melhoria do clima. É o que busca comprovar a geóloga e pesquisadora Magda Bergmann, do SGB/CPRM, com o projeto Agrominerais do Grupo Serra Geral no Rio Grande do Sul, que aborda o grande potencial para remineralizadores de solo ou fertilizantes simples.
O trabalho, com diversos exemplos fotográficos, mapeamento e infográfico, explica a grande diferença entre a alta e baixa reserva de nutrientes, acidez elevada e saturação dos Latossolo e Chernossolo, além do impacto físico e visual causado em ambos. A pesquisa busca comprovar que os Agrominerais são capazes de capturar o carbono em solo e diminuir os gases de efeito estufa, contribuindo com a diminuição das mudanças climáticas a longo prazo. O projeto é de grande importância para a região Sul do país e ocupa também terrenos da região Sudeste, uma pequena área do Centro-Oeste e está se ampliando para o Uruguai, Paraguai e Argentina.
Para o Diretor de Infraestrutura Geocientífica do SGB/CPRM, Paulo Afonso Romano, "A inserção dos remineralizadores e condicionadores de solo é de suma importância para o desenvolvimento do país. Nesse quesito entram soluções que beneficiam o meio ambiente, a economia, a ciência e a sustentabilidade", afirmou o diretor. O diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil, Marcio Remédio, encerrou o workshop agradecendo pela presença de todos e pela iniciativa e dedicação dos palestrantes ao pesquisar e abordar o tema, que tem sido tão importante para o país. "A falta de investimentos na remineralização é um problema que teremos que superar, ampliando a área cultivada, mantendo a área preservada e dando acessibilidade aos produtores e aos insumos agrícolas", ponderou o diretor.
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