ESPECIAL EXPOINTER: CNA reforça pedido de liberação de produtos de combate o carrapato

04.09.2014 | 20:59 (UTC -3)

A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reforçou, nesta quinta-feira (04.09), a solicitação para que o Ministério da Agricultura libere o uso de produtos com avermectina, princípio ativo para combate ao carrapato. O pedido foi formalizado pelo presidente da CNA, João Martins, ao ministro da pasta, Neri Geller, em reunião na Expointer, feira agropecuária que ocorre em Esteio (RS).

No final de maio, a fabricação, importação, comercialização e uso de produtos com avermectina foram proibidos pela instrução normativa número 13, editada pelo ministério após os Estados Unidos ter indicado a presença de resíduos na carne. “Não podemos deixar o mercado internacional regular o uso dessa substância no Brasil. A pecuária nacional sofre prejuízos com a proibição”, afirmou o presidente da CNA. “É um problema que atinge o combate ao carrapato, que é abundante em nossos campos. O uso desses produtos é uma prática de que o pecuarista tem necessidade. O ministro disse que colocará como prioridade na pauta a solução do problema, trazendo uma regulamentação adequada, e não uma proibição”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.

Trigo e arroz

O dirigente gaúcho ainda foi enfático ao solicitar medidas de apoio ao trigo. “Já estamos com produtores no prejuízo, vendendo abaixo do preço mínimo. E ainda temos mais de 500 mil toneladas de trigo estocados da safra passada, enquanto o Paraná começa a colher uma nova safra. Não adianta ter recursos em Brasília, tem de haver recursos disponibilizados para o produtor”, disse Sperotto. “Se o preço estiver abaixo do mínimo na colheita, estamos preparados para fazer Pepro e aquisição (de trigo). Está garantido o orçamento, não os leilões. Queria que o preço estivesse acima do mínimo, mas se cair abaixo, vai se fazer leilão. Os recursos estão alocados”, disse Geller.

Segundo Sperotto, a atual situação é decorrente da eliminação da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação do cereal, em dois períodos nos últimos 12 meses, que permitiu a entrada de 4,3 milhões de toneladas de produto estrangeiro, derrubando os preços no mercado interno. “A eliminação da TEC foi cruel com o produtor”, afirma.

Já os produtores de arroz solicitaram que o Ministério recue da decisão de realizar leilões de arroz para segurar o preço do cereal. “Leilão de estoque público deve ser usado quando falta mercado ou para baixar preço. Não é o caso, até porque preço está estável e com tendência de queda. O leilão tem de ser tratado com o setor”, disse Sperotto. Além disso, há insatisfação dos produtores com o preço mínimo, de R$ 27,25. “O preço mínimo é pífio, inferior ao custo de produção”, protestou Sperotto.

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