Especial Expodireto: Embrapa apresenta cultivares de feijão na Expodireto Cotrijal 2018

​Os visitantes da Expodireto Cotrijal poderão escolher as tecnologias da Embrapa que serão apresentadas em três espaços: no estande institucional, na vitrine de tecnologias e no espaço para mini oficinas

05.03.2018 | 20:59 (UTC -3)
Hélio Magalhães

A 19ª feira internacional Expodireto Cotrijal, que acontecerá entre os dias 5 a 9 de março de 2018 em Não-Me-Toque, município distante 278 km de Porto Alegre (RS), terá como tema central a agricultura digital, a tecnologia e a inovação no campo.

Na edição de 2018, a Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio Goiás/GO) fará demonstração na Vitrine de Tecnologias da Embrapa das cultivares de feijão mais indicadas ao homem do campo, tanto aos pequenos, quanto aos médios e grandes produtores rurais, os representes de cooperativas, os estudantes das ciências agrárias e áreas correlatas à atuação da Embrapa, os agentes de Transferência de Tecnologia (TT-ATER), a comunidade científica e acadêmica, bem como os consumidores urbanos que estarão no evento.

Na Vitrine de Tecnologias da Embrapa serão apresentadas sete variedades de feijão, de grãos do tipo preto, carioca e especial: BRS Esplendor, BRS Estilo, BRSMG Madre Pérola, BRSMG Realce, o BRS Esteio, o feijão BRS FC 402 e o BRS FC 104.

Variedades de feijão
A Cultivar de feijão do grupo preto BRS Esteio apresenta alto potencial produtivo, com média superior a 8,1% das demais cultivares desse tipo de feijão. De ciclo normal, que varia entre 85 a 90 dias, da emergência à maturação fisiológica, a arquitetura de planta é ereta, o que permite a adaptação direta da cultivar à colheita mecanizada. Com bastante aceitação pela indústria, o BRS Esteio apresenta caldo encorpado, com grãos macios de cor achocolatada. A BRS Esteio tem potencial genético para alcançar boas produtividades e apresenta, sob inoculação artificial, resistência ao vírus do mosaico comum e a quatro raças do agente causador da antracnose. Nos ensaios de campo, se mostrou moderadamente resistente a antracnose e ferrugem e moderadamente suscetível a murcha de fusário. A BRS Esteio é uma cultivar que se adapta muito bem à agricultura familiar e suas características trazem risco de produção muito pequeno para o agricultor, o que permite a indicação da cultura para sistemas com baixo uso de insumos. O material ainda possui elevado potencial produtivo, em torno de 4.120 kg/ha. É recomendada para o plantio na primeira safra nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Paraíba e, na primeira e segunda safras, no Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul; para a terceira safra é indicada aos estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

A BRS Esplendor é, também, uma cultivar de feijão do grupo preto, que apresenta arquitetura de planta ereta e ciclo normal, em torno de 85 a 90 dias, da emergência à maturação fisiológica. É adaptado à colheita mecanizada direta, sendo resistente às principais doenças que acometem ao feijoeiro comum, resistente ao crestamento bacteriano comum e mosaico comum, além de moderadamente resistente à antracnose, ferrugem e murchas de fusaruim e curtobacterium. Possui uniformidade de coloração e de tamanho de grãos, sendo indicada para cultivo no Distrito Federal, nas safras das águas, seca e de inverno. Como público-alvo a cultivar é indicada, principalmente, aos agricultores familiares, associações de produtores e cooperativas rurais.

Outra cultivar, agora do grupo carioca, é a BRS FC402 que tem como destaque resistência à antracnose e à murcha de fusário, dois entre os principais fungos que atacam a cultura. A BRS FC402 vem se somar a outras medidas de controle, tais como o uso de sementes de boa qualidade e a rotação de culturas, para o combate de ambas as doenças. Essa cultivar é adaptada às principais regiões produtoras, testada e aprovada pela indústria, além de possuir estabilidade de produção em diferentes condições de cultivo, alcançando até 4,5 mil Kg/ha em ambientes favoráveis. Adicionalmente, a variedade tem ciclo normal, cerca de 90 dias, e arquitetura de planta semiereta, o que favorece tanto a colheita manual e semimecanizada, quanto ao processo mecanizado indireto, caracterizado pela utilização de equipamentos como o ceifador e a recolhedora-trilhadora, em operações distintas. A variedade é adaptada às principais regiões produtoras, sendo registrada para cultivo na época da seca em Mato Grosso do Sul e nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul; na safra da seca e de inverno em Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal; e para a época de inverno nos Estados da Bahia, Mato Grosso e Tocantins.

O feijão BRSMG Realce é uma nova opção de cultivar com grão rajado, indicada aos produtores pelas instituições que trabalham em parceria no melhoramento genético do feijoeiro no Estado de Minas Gerais. Foi desenvolvida pela Embrapa Arroz e Feijão, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). A cultivar apresenta produtividade média de 2.128 Kg/ha e o ciclo médio de maturação é de 67 dias. A BRSMG Realce apresenta alto potencial produtivo e valor agregado para comercialização, por sua excelente qualidade culinária. Possui, ainda, como característica, resistência ao mosaico comum; também resistência intermediária à antracnose, crestamento bacteriano, ferrugem, mancha angular e à murcha de fusário. A cultivar é indicada para as três safras em Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, São Paulo, e Tocantins; para a safra das "águas em Alagoas, Ceará, Paraíba, Paraná, Piauí, Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Pernambuco; na safra "outono/inverno" para o Rio de Janeiro; e na safra da "seca" no Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A BRS FC104 é a primeira cultivar de feijão superprecoce do mercado, lançado pela Embrapa. Essa cultivar apresenta ciclo abaixo de 65 dias (da semeadura à maturação dos grãos). Geralmente, uma variedade de feijão possui ciclo de 90 dias, sendo as mais precoces com ciclo em torno de 75 dias. Este fator representa vantagem competitiva para o agricultor pois pode ser inserido em ambientes, cujo ciclo curto seja desejável, na época das águas ou de inverno. Isto permite diminuir o risco de perdas por veranicos (estiagens) na safra de verão, além de escapar das doenças de solo. É também um trunfo para dinamizar a rotação de culturas em áreas agrícolas, com a introdução do cultivo do feijão. A BRS FC104 pode ser cultivada nas principais regiões produtoras de feijão no Brasil, principalmente nos Estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia; no período das águas e seca é indicado para o Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul; para época do inverno, em Tocantins; e para as águas no Maranhão, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Paraíba. Uma das mais fortes características do feijão BRS FC 104 para o produtor rural é que a cultivar tem produção média inigualável de uma saca de feijão por dia, ou seja, até 3.792 kg/ha. Adicionalmente, a BRS FC104 possui moderada resistência à antracnose, uma das principais doenças fúngicas da parte aérea do feijão. Apresenta, ainda, boa qualidade comercial dos grãos, com rendimento de peneira de 84,4%, isso significa bastante uniformidade de tamanho do produto e valorização por parte da indústria. A BRS FC104 deve, preferencialmente, ser colhida pelo processo mecanizado indireto, caracterizado pela utilização de equipamentos como o ceifador e a recolhedora-trilhadora, em operações distintas. Com lançamento previsto para a safra 2018/19, a BRS FC 104 veio para revolucionar os sistemas de produção desta cultura, sendo um material com dupla aptidão, tanto para sistemas com alto quanto com baixo uso de insumos. O aproveitamento, por parte da indústria é outro ponto de destaque da nova cultivar, com grãos de alto rendimento de peneira, grãos médios e coloração que atende às exigências de mercado, além de moderada resistência à antracnose, uma das principais doenças que atacam a lavoura do feijoeiro-comum e causadora de grandes perdas na produtividade.

A cultivar de feijão carioca BRS Estilo tem como característica principal o alto potencial produtivo, boa estabilidade de produção e apresenta arquitetura de planta ereta, adaptada à colheita mecânica direta. Os grãos dessa cultivar são mais claros do que os de outras cultivares cariocas, tendo boa aceitação pelo consumidor e excelente qualidade comercial. Nas safras das “águas” e “seca” a BRS Estilo é indicada, principalmente, para os Estados de Tocantins, Rondônia, Sergipe, Pernambuco e, na terceira safra, em sistema sob irrigação, via pivô central e em plantio direto, nos Estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo e Minas Gerais. Outra boa aceitação pelos produtores da cultivar é que, na safra de inverno, ela pode render 2.541 kg/há, aliada à moderadamente resistência à antracnose, ferrugem e ao crestamento bacteriano comum, sendo suscetível à mancha angular, ao vírus do mosaico dourado e à murcha de Fusarium.

Por fim, a sétima cultivar a ser apresentada, a BRSMG Madrepérola, que se destaca principalmente pela qualidade dos grãos, que mantêm a coloração clara por maior período de tempo, em relação às cultivares de grãos tipo carioca existentes no mercado. Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa, em parceria com outras instituições, como Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Universidade Federal de Lavras (UFL), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Coopertinga. As plantas da cultivar têm porte ereto e hábito de crescimento indeterminado, com baixa tolerância ao acamamento. Na safra do inverno, o ciclo, da emergência à maturação fisiológica, se completa em torno de 88 dias e nas safras das águas e seca, aproximadamente aos 83 dias, podendo ser considerada como semi-precoce. Além do mais, o feijão apresenta alto potencial produtivo e bom nível de resistência às principais doenças que ocorrem na região, sendo indicada à agricultura familiar, às associações e cooperativas de produtores rurais e às empresas agropecuárias. Apresenta, ainda, resistência ao mosaico comum e às várias raças de antracnose.

Mais informações sobre estas e outras tecnologias da Embrapa estarão à disposição dos produtores e demais visitantes da 19ª Expodireto Cotrijal 2018, por meio do telefone (54) 3316-5860 – com Joseani Antunes.


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